A regeneração óssea ainda representa um importante desafio na ortopedia, ortodontia e traumatologia, humana e veterinária. A terapia com células-tronco mesenquimais vem complementar a utilização dos biomateriais, com a sua propriedade de osteogênese, transformando um biomaterial primariamente osteoindutor em um substituto ósseo completo, comparável a enxertia óssea autógena, porém sem as morbidades dessa cirurgia. Entretanto, é necessário avaliar a biocompatibilidade e os possíveis efeitos tóxicos da associação dessas células com os biomatreiais, sendo imprescindíveis testes in vitro, pois, são muitos os fatores que podem causar danos no DNA. Dessa forma, este estudo tem como objetivo avaliar a genotoxicidade e a biocompatibilidade do Hidrogel de gelatina metacrilata (GelMA) a 1% e 3% associado a cultura de células-tronco mesenquimais adipoderivadas (ADSC), analisando a viabilidade celular por MTT e ensaio cometa, buscando promover segurança aos procedimentos de terapia celular em futuras pesquisas in vivo. As ADSCs foram isoladas de tecido adiposo de rato (Comissão de Ética no Uso de Animais - CEUA/UFPI-658/20) por digestão enzimática por colagenase I e mantidas em cultivo em meio DMEM enriquecido com PBS (15%), incubadas a 37oC, 5% CO2. As ADSCs foram caracterizadas por citometria de fluxo, apresentando marcação positiva para CD90 e CD105, e negativa para CD14 e CD45. A plasticidade dessas células foi comprovada por meio da diferenciação adipogênica, osteogênica e condrogênica. O GelMa foi preparado dissolvendo-se 0,1g em 5mL de PBS, usando Igarcure 2959 como fotoiniciador a 40oC, agitado mecanicamente e reticulado em luz UV para formação do hidrogel. O material foi caracterizado por FTIR, DRX, TG/DTG e MEV. O teste letalidade por Artemia salina foi realizado em quatro concentrações diferentes (5mg/mL; 1mg/mL; 0,5mg/mL e 0,1mg/mL) em 24h e 48h, apresentando leve toxicidade do GelMA na sua maior concentração (5mg/mL), porém, ainda acima da DL50 (dose letal média). No teste de MTT apenas o GelMA1% apresentou viabilidade celular acima de 70% nos tempos estudados, não apresentando potencial citototóxico para as ADSCs. Na indução osteogênica das ADSCs com o GelMA, verificou-se que o biomaterial é capaz de promover a diferenciação celular na presença de um fator indutor. Conclui-se que a associação do hidrogel de GelMa com ADSCs é promissora, para aplicação na regeneração óssea, pois é capaz de interagir positivamente, facilitar a adesão celular e estimular a expressão do fenótipo osteoblástico in vitro, sem efeitos cito e genotóxicos.