A contaminação por cromo (Cr) nos solos é motivo de preocupação, tendo em vista, que este elemento pode modificar a estrutura e diversidade da comunidade microbiana do solo. No entanto, as bacterias selecionadas de áreas contaminadas exibem diversos mecanismos para minimizar o efeito tóxico causado pelo Cr, com destaque para a produção de exopolissacarideos e a capacidade de reduzir Cr(VI) em Cr(III). Diante disso, objetivou-se estudar o efeito do acúmulo de Cr sobre a composição, estrutura e diversidade da comunidade bacteriana presente em nódulos de feijão-caupi e feijão-fava, identificar isolados bacterianos, através de meio dependente de cultivo (Sequenciamento de Nova Geração) e meio independente de cultivo ( Sequenciamento de Sanger) e avaliar potencial bioquímico, principalmente em relação à produção de exopolissacarídeo e a capacidade de redução do cromo. Amostras de solo e nódulos de feijão-caupi e feijão-fava foram coletados para avaliação da comunidade bacteriana por Sequenciamento de Nova Geração. Além disso testou-se seis isolados bacerianos quanto a capacidade de tolerar e reduzir cromo e produzir expolissacarideos. A diversidade bacteriana no solo foi superior as dos nódulos e a proporção de especialistas nos nódulos do feijão-caupi foi superior à do feijão-fava. No entanto, a diversidade bacteriana do nódulo não foi influenciada pelo Cr nas duas culturas. O grupo bacteriano dominante nos nódulos foi Bradyrhizobium representando mais de 90% das sequências nos nódulos. Os isolados com maior tolerancia ao Cr foram classificados como Rhizobium miluonense (LCC01, LCC04, LCC05 e LCC69), Rhizobium pusense (LCC43) e Agrobacterium deltaense (LCC50). Observou-se diferenças específicas no microbioma do nódulo entre as duas espécies de plantas e que o microbioma do nódulo não foi afetado pela aplicação Cr. Verificou-se que o isolado Rhizobium pusense LCC43 exibiu alta capacidade de tolerância e redução de Cr(VI), além da produção de exopolissacarídeos. Com isso, o estudo demonstra que o microbioma dos nódulos foi dominado por Proteobacteria e que e o isolado Rhizobium pusense LCC43 pode ter grande potencial para ser utilizado na biorremediação de solos contaminados com Cr(VI).