Atualmente, o Brasil é o quarto consumidor mundial de fertilizantes; a expansão de cultivos tecnificados com espécies anuais oleaginosas, cereais e fibras está entre as principais causas da crescente demanda por fertilizantes e sua importação. Portanto, um dos grandes desafios na busca da sustentabilidade da agricultura está na adubação, que depende de fontes minerais não renováveis para o fornecimento de elementos minerais. Objetivou-se obter um fertilizante organomineral, a partir da turfa, bem como, avaliar o desenvolvimento de plantas de milho e soja em resposta à aplicação de diferentes concentrações deste fertilizante organomineral, associado ou não a adubação mineral (NPK). O estudo foi realizado em duas etapas, onde, primeiramente foi realizada a produção do fertilizante organomineral a partir de extração alcalina de substâncias húmicas (SHs) presentes na turfa, em duas proporções de turfa/extrator (1:5 e 1:20 m/v), sendo selecionada a razão 1:5 que foi a que proporcionou maior concentração de SHs. Posteriormente foi conduzido experimento em casa de vegetação. Foi adotado o delineamento experimental em blocos completos casualizados com quatro repetições, em esquema fatorial com dois tratamentos adicionais [(2x4)+2]. Os tratamentos consistiram na utilização ou não de NPK (Com NPK; Sem NPK) e às quatro concentrações do fertilizante organomineral (0,1%; 0,3%; 0,5% e, 1%). O experimento ainda contou com testemunha que não recebeu nenhuma das fontes de adubação (mineral e organomineral), bem como testemunha que recebeu somente adubação com NPK. Os resultados mostraram que a associação de NPK + organomineral provocaram melhorias nos atributos das plantas, sobretudo quando utilizadas as maiores concentrações (0,5% e 1%). Os valores de altura de plantas (AP), massa seca da parte aérea (MSPA) e comprimento de raiz (CR) foram os mais responsivos às diferentes concentrações do fertilizante organomineral em ambas culturas, sendo que no milho o ponto máximo de CR foi obtido na concentração 0,81% e MSPA na concentração 0,58%. E na soja os maiores valores de CR foram observados nos tratamentos sem NPK, somente organomineral, na concentração de 1%. Conclui-se que, as concentrações crescentes de fertilizante organomineral associadas a NPK influenciaram a resposta de plantas de milho e soja, quanto ao desenvolvimento vegetativo.