A presente dissertação intitulada “A vigilância socioassistencial e suas contribuições para o
planejamento e a execução da Assistência Social em Teresina-PI”, objetiva analisar os aportes operacionais e as contribuições da vigilância socioassistencial para o planejamento e a execução das ações da política de Assistência Social no município de Teresina-PI. A metodologia consistiu em estudo bibliográfico, documental e empírico, tomando-se como base: Iamamoto (2010), Boschetti (2018), Couto (2015), Koga (2016) Farias (2016), Santos (2006), Silva (2011), Sposati (2017), Teixeira (2010), Yazbek, (2001), dentre outros. A pesquisa de campo com o levantamento dos dados empíricos foi realizada na Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (SEMCASPI), situada à Rua Álvaro Mendes, 861, Centro (Sul), Teresina-PI, tendo sido utilizada a entrevista semiestruturada, contexto em que o tratamento e a análise dos dados tiveram como base a análise de conteúdo. O estudo pautou-se no método crítico dialético marxista numa perspectiva de análise de totalidade, buscando-se apreender as contradições da realidade social. Os resultados mostraram que apesar do atual contexto ultraneoliberal e conservador que tem ensejado medidas regressivas e cortes orçamentários, a vigilância socioassistencial em Teresina tem apresentado aportes técnicos e operacionais que tem contribuído para o planejamento e a execução da Assistência Social.
Nesse sentido, o estudo apontou os seguintes aportes/contribuições da vigilância socioassistencial em Teresina-PI: (a) tentativa de criação de uma cultura de registro das informações, visando melhorar a execução da política de Assistência Social em âmbito municipal; (b) implementação de um fluxo de informações junto à rede socioassistencial visando subsidiar o trabalho desenvolvido pela rede socioassistencial; (c) produção do diagnóstico socioterritorial com a identificação das vulnerabilidades e potencialidades dos territórios, contribuindo para a tomada de decisão e a condução da política, subsidiando a expansão e a qualificação da oferta de serviços, como forma de enfrentamento das crescentes situações de vulnerabilidades e riscos sociais que os macroterritórios apresentam. Contudo, apesar dos avanços apontados, muitos desafios precisam ser superados, que vão desde a compreensão teórico-metodológica pautada em parâmetros endógenos, e, em algumas situações limitantes, em termos de um planejamento com ações de curto, médio e longo prazo, à problematização de normativas e indicadores, com a formatação de aportes que contribuam para o conhecimento da demanda social e a qualificação da oferta da política de Assistência Social pautada na garantia de direitos, como forma de defesa da democracia e de efetivação da cidadania.