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O Estatuto da criança e do adolescente – ECA introduziu mudanças no atendimento institucional dos (as) adolescentes autores de ato infracional, porém a permanência de práticas discriminatórias e punitivas aplicadas historicamente desperta reflexões. Essa discussão está pautada no reconhecimento da seletividade jurídica juvenil frente a uma sociedade marcada profundamente por sistemas desiguais. O objetivo dessa pesquisa é analisar o atendimento socioeducativo prestado as adolescentes no Centro Educacional Feminino de Teresina-PI, examinando-se as desigualdades de gênero, raça e classe, e como estas se apresentam na rotina do atendimento socioeducativo e nas atividades postas para as adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação atendidas pela referida unidade. A pesquisa a ser realizada no CEF se mostra relevante, pois contribuirá para a ampliação da discussão sobre um público e uma instituição, que ao executar medida de privação de liberdade seleciona adolescentes para compor o sistema socioeducativo do Piauí. A abordagem qualitativa será realizada durante o desenvolvimento dessa pesquisa. É preciso considerar que executar pesquisa empírica com adolescentes privadas de liberdade envolve conhecer a realidade a partir de aproximações. Diante disso, a coleta de dados se dará por alguns passos como observação participante e o roteiro de entrevista individual semiestruturada. Além disso, essa pesquisa fundamenta-se na perspectiva do método materialista histórico dialético por permitir apreensão das contradições da sociedade em sua totalidade.