Esta pesquisa tem por objetivo geral investigar as formas de cuidado exercidas por homens junto a
pessoas com transtorno mental em espaços domésticos. Ainda apresentamos enquanto objetivos
específicos: Identificar as práticas de cuidado realizadas por homens cuidadores de pessoal com
transtorno mental em espaços domésticos; Identificar os sentidos de masculinidades vivenciados pelos
cuidadores homens em espaços domésticos junto à pessoa com transtorno mental; Analisar como as
performances de masculinidades são vivenciadas por homens cuidadores de pessoa com transtorno
mental na família. Trata-se de um estudo qualitativo, que contou com entrevistas semiestruturadas em
tom de conversas informais, registro em diário de campo, análises das entrevistas semiestruturadas
com quinze (15) cuidadores homens de pessoas com transtornos mentais assistidas por cinco (05)
Centros de Atenção psicossocial da capital do Piauí, Teresina. O tratamento das informações
construídas ocorreu através da análise das práticas discursivas apresentada pelos entrevistados, a partir
de suas falas, foram organizados em quatro (03) eixos de discussão: 1) Perfil do cuidadores:
masculinidades, cuidado e geração; 2) Sentidos do cuidado: a parentalidade e a rede moral do cuidado;
3)Masculinidade, cuidado e trabalho remunerado. Constatou-se, ainda, entre as vivências e práticas de
masculinidades, que a exigência do cuidado tende a mudar o jeito de se comportar dos homens. Há,
nesses espaços domésticos, a construção de um modo de ser masculino que não é contemplado pelo
discurso das masculinidades hegemônicas. O cuidado, pensado como atividade alheia ao universo
masculino, ganha arranjos próprios que se adequam às necessidades de quem é cuidado. O caminho
por nós percorrido contribui para o sentido de ampliarmos o olhar para essa outra dinâmica do
cuidado. Existem diálogos silenciados que precisam ser contemplados para construção de uma
equidade nas relações de cuidado e principalmente de garantia dos direitos daqueles que cuidam.