A questão social do feminicídio é caracterizada pela misoginia, ou seja, pelo ódio à mulher e perpetuado em razão das desigualdades existentes entre homens e mulheres. Assim, o assassinato de mulheres ocorre por motivações de gênero, entretanto, as mortes por esta violência extrema estão concentradas entre a população feminina negra, que em sua maioria são as que menos conseguem ter acesso às políticas de proteção. Desde o início, em que os movimentos feministas se organizavam para as primeiras mobilizações no Brasil, foi transmutado o paradigma que considerava a violência doméstica como algo pertencente ao âmbito privado, havendo o deslocamento deste problema social para o âmbito público, assim, o feminismo constitui-se como um meio político de expor a dinâmica da conjuntura social, como forma de impulsionar a criação de políticas públicas.