A reforma psiquiátrica, enquanto orientadora da política pública, tida como um movimento iniciado no Brasil na década de 1970, atualmente encontra-se conjecturada com a apresentação de produtos voltados à atenção psicossocial em detrimento do modelo hospitalocêntrico. No contexto reformista, a desinstitucionalização se conforma como um desses produtos e se caracteriza por implicar novos contextos de vida para as pessoas com transtorno mental, bem como para seus familiares e pretende mobilizar como atores os sujeitos sociais envolvidos, modificar as relações de poder entre os usuários e as instituições e produzir diversas ações de saúde mental substitutivas à internação no hospital psiquiátrico. Ademais, a literatura sobre a desinstitucionalização demonstra incipiência em investimentos referentes ao aspecto avaliativo, sobretudo, no que concerne a parceria entre Estado-família nesse processo e que necessita ser trazida ao âmbito do conhecimento. Nesse diapasão, o presente trabalho objetivou analisar a parceria Estado-família no processo de desinstitucionalização em saúde mental no contexto piauiense, no período de 2005 a 2018, tendo por objetivos específicos: traçar um perfil sóciodemográfico dos atores envolvidos no processo de desinstitucionalização no Piauí; mapear as necessidades da família no processo de desinstitucionalização piauiense, as correlacionando com o suporte com que é contemplada pelo Estado; apreender a desinstitucionalização a partir de estudos de casos e de especificidades apresentadas no processo desinstitucionalizante no Piauí e identificar as tendências do processo de desinstitucionalização, na direção desfamiliarizante e familista.