A invenção da raça e a racialização da educação sustentada por meio de um pacote de políticas educacionais de ordem transnacional com oferta de ensino técnico e instrutivo, faz das classes populares, em sua maioria pretos, pobres e moradores das periferias vítimas do capitalismo e suas lógicas de produção. A aprovação da Lei 13.415 do “novo ensino médio”, em 2017, amplamente defendida por grupos e corporações privados do setor de educação e das elites nacionais, revelam a persistência da colonialidade do ser e do saber como projeto de poder dos setores populares, que ocupam majoritariamente, a escola pública, centraliza o objetivo da investigação. A recente revogação do “novo ensino médio” pelo governo Lula, em 2023, revela o itinerário racial das corporações privadas da educação na persistência das desigualdades educacionais. Nos propomos a desenvolver algumas ideias à luz dos teóricos que dialogam com a temática, tais como: colonialidade do poder em Quijano, (2005); Mignolo (2017); Wash, (2010); racismo estrutural e escola pública em Gomes, (2012; 2302); Almeida, (2018), Ponce, (2022), Melo, (2022), sobre o Novo Ensino Médio (NEM) em Bairros, (2023), Ferretti, (2018), Brasil, (2023) para situarmos o debate da reforma do “novo ensino médio” e da BNC-Formação. Os resultados parciais da pesquisa apontam que a aprovação aligeirada da legislação, no contexto político do golpe que destituiu a presidente Dilma, sem a participação atividade de docentes, educadores, intelectuais e profissionais compromete a educação democrática, fragiliza a conquista da educação para as relações étnico-raciais, ao tempo que captura a escola pública centrada na lógica de educação para capitalismo. Roteiro autoritário de uma colonialidade de poder que visa a exploração não apenas da força de trabalho das classes populares, mas sua dominação pelo conhecimento.