O estudo analisa para compreender a perspectiva analítica dos profissionais protagonistas da produção do cuidado e gestores na Atenção à Saúde Mental nos equipamentos da Rede de
Atenção Psicossocial nos municípios de Pequeno Porte I de Jaicós e Paulistana no Território da Chapada Vale do Itaim-PI sobre qual é o sentido do trabalho realizado junto à pessoa com transtorno mental e com a equipe na configuração específica de cada RAPS dos municípios. O estudo utilizou-se do método qualitativo, envolvendo os dois municípios supracitados. Cabe frisar que foi cumprida a norma antecedente estabelecida pela Resolução no 466/2012 e a no 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Desse modo, quanto aos participantes da pesquisa, participaram 22 trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial dos dois municípios, sendo 13 de Paulistana e 9 de Jaicós, entre gestores e profissionais da Rede. Dos instrumentos de coleta de dados utilizamos como fontes primárias de informação: questionário sociodemográfico, entrevistas semiestruturadas, a produção de diários de campo acerca das experiências vividas, grupos focais com os profissionais apontando os desafios na produção do cuidado no trabalho em Saúde Mental e como fontes secundárias públicas de informação os dados obtidos a partir de documentos públicos oficiais produzidos no Estado do Piauí, pelo CEPRO, bem como, pelo CNES, DATASUS, IBGE, IDSUS. Em virtude da situação da pandemia da COVID-19 fizemos uso de tecnologia remota (Google meet®), para a intervenção nos grupos e entrevistas. A partir do referencial teórico, da análise dos depoimentos nas entrevistas e das narrativas dos grupos focais assinalamos o reordenamento da redução dos investimentos da Atenção Primária, o fortalecimento do Apoio Matricial, da Intersetorialidade a importância do trabalho interdisciplinar na Saúde Mental, a família e o cuidado à pessoa com transtorno mental, a necessidade de fortalecimento da Rede em cada município, da atenção à crise, principalmente pela distância da rede mais ampla na capital Teresina. Além disso, a pesquisa foi atravessada pelos agravos da pandemia da COVID-19 no Sistema Único de Saúde e na Saúde Mental, e pelos desafios advindos da crise sanitária. Destacamos o fortalecimento do trabalho em rede para que se possa ampliar o acesso aos usuários e a importância da Educação Permanente em Saúde como a tecnologia na continuidade da produção do cuidado em Saúde e Saúde Mental no território.