A pesquisa tem como enfoque o estado do Piauí. Parteiras tradicionais são mulheres que auxiliam as gestantes no pré-parto, parto e pós-parto. Para além disso, dentro das comunidades as aparadeiras são mediadoras de conflitos, curandeiras, assistentes sociais, advogadas e mães. Em sua maioria, são semianalfabetas, trabalham na roça e possuem conhecimentos passados oralmente por suas antecessoras. Atualmente, os conhecimentos das parteiras tradicionais não estão sendo perpetuados. Essas mulheres que muitas vezes esquecem das suas próprias dores para auxiliar outras mulheres em localidades distantes (seja andando, a cavalo, na carroceria de um carro ou de moto), não recebem o reconhecimento que lhe é de direito. As parteiras tradicionais não estão em disputa com o saber biomédico, elas são uma outra via de assistência ao parto e líderes em suas comunidades. Nessa pesquisa, busca-se responder a esta pergunta: Como os saberes das parteiras tradicionais interpelam as políticas públicas de saúde e cultura do Piauí, no período de 1992 a 2021? Sendo o objetivo geral analisar como as parteiras tradicionais do Piauí provocam o estado a ter uma ação mais efetiva sobre o reconhecimento dos seus saberes, a partir das políticas de saúde e cultura.