Na sociedade capitalista em que vivemos o acesso ao mercado de trabalho é o principal meio de subsistência das classes populares, de todos aqueles que não detém o capital, para as mulheres estar nesses espaços de trabalho foi um processo de conquista ao logo dos anos, porque o capitalismo se sustenta em bases racistas, patriarcais, classistas e LGBTfóbicas com a lógica que rege a heterocisnoma. Socialmente se constroem dois padrões binários de reprodução de performance de gênero: feminino e masculino, baseados nos sexos biológicos: macho e fêmea, as lésbicas/sapatonas que não performam a feminilidade hegemônica, sapatonas caminhoneiras, fogem do padrão de binarismo para a performance feminina imposta, provocando abjeção de seus corpos nos espaços sociais, especialmente espaços de trabalho formal.