Este trabalho tem como objeto de estudo as ações socioassistenciais de enfrentamento ao trabalho infantil em Teresina a partir do redesenho do PETI, considerando o que foi preconizado pelos marcos normativos como o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (1990) e a Política Nacional de Assistência Social – PNAS (2004), operacionalizadas no âmbito do Sistema Único da Assistência Social – SUAS (2005). Desse modo, estudou-se a prática local para responder à seguinte questão: Quais são as ações socioassistenciais que vêm sendo desenvolvidas para o enfrentamento do trabalho infantil a partir do redesenho do PETI em Teresina? O presente estudo apoia-se na metodologia qualitativa, com base no método dialético, pois compreende-se que esta concepção proporciona os elementos necessários para uma interpretação abrangente do fenômeno pesquisado, configurado como uma das expressões da questão social, de natureza complexa e contraditória. Utilizou-se como procedimentos metodológicos o estudo bibliográfico, o levantamento documental e a pesquisa de campo, em que os dados empíricos foram coletados nos CREAS Norte, Sul, Leste e Sudeste de Teresina (PI). Com base no estudo, observou-se que, apesar dos avanços da legislação vigente para o enfrentamento do trabalho infantil, ficam caracterizados os obstáculos na materialização dos direitos infanto-juvenis em Teresina face às desigualdades sociais e exclusões engendradas pelo sistema capitalista brasileiro, principalmente sob o jugo do modelo neoliberal, mostrando um distanciamento entre a realidade concreta e os dispositivos legais, confirmando que a concretização dos direitos humanos infanto-juvenis requer um enfrentamento da questão social em sua totalidade, por meio da efetivação de políticas sociais, com a intervenção do poder público local.