Os nanomateriais de carbono são popularmente conhecidos por suas potenciais aplicações na indústria e tecnologia dos materiais eletrônicos. A disposição geométrica das ligações de carbono na rede do grafeno, por exemplo, revela diferentes características no transporte elêtronico em relação aos metais e semicondutores usuais. Desta forma, pesquisadores do mundo todo buscam incansavelmente compreender a Física desses nanomateriais. O nosso trabalho abrange estudos das propriedades mecânicas dos nanotubos de phagrafeno: propriedades energéticas, estruturais e elásticas. O phagrafeno, assim como o grafeno, é uma rede bidimensional, mas com carbonos arranjados em pentágonos(p), hexágonos(h) e heptágonos(a), daí o nome “phagrafeno”. Usando simulações com Dinâmica Molecular e cálculos de primeiros princípios DFT (Density Functional Theory), observamos o caráter anisotrópico fortemente presente nos nanotubos de phagrafeno tanto com respeito a energia de formação (curvatura) quanto ao se aplicar tensão uniaxial ao longo do comprimento desses nanotubos. Os nanotubos com quiralidade (n,0) se apresentam com maior estabilidade energética dos que os de quiralidade (0,n). Analisamos o módulo de Young (Y), por meio de curvas de stress-strain. Para nanotubos do tipo (0,n) obtivemos um módulo de Young médio de 820±14 GPa, stress crítico médio de 160±5 GPa e strain crítico médio de 0.29, enquanto que nanotubos de quiralidade (n,0) mostram valores médios de 690±16 GPa para o módulo de Young, 114±2 GPa para o stress crítico, e 0.31 para o strain crítico. Os valores Y para o phagrafeno revelam-se menores
quando comparados aos nanotubos de carbono convencionais. Por fim, realizamos um estudo de tensão axial em temperaturas de 300K e 900K nos nanotubos de phagrafeno e verificamos a diminuação do módulo de Young e modificações substanciais nas propriedades mecânicas dos mesmos.