Modelo de Kondo--Hubbard-atrativo para Supercondutores Magnéticos: Teoria de Campo Médio.
Supercondutividade, magnetismo, aproximação de campo médio.
Nas últimas décadas, coexistência entre supercondutividade e magnetismo tem sido encontrada numa grande variedade de famílias de materiais, tais como férmions pesados, carbetos de boro, e, mais recentemente, em ferropnictídeos e em alguns cupratos. Entretanto, o mecanismo que conduz ao interplay não é claro, surgindo a necessidade da criação de modelos que busquem compreender a descrição microscópica deste fenômeno. Uma interessante classe de materiais que exibe esta coexistência são os carbetos de boro, os quais possuem um elemento de terra rara na sua composição química. Os elementos de terra rara fornecem momentos magnéticos locais que interagem com os elétrons de condução, os quais, por sua vez, estão sujeitos à uma interação atrativa mediada pela interação elétron-fônon. Para modelar esses materiais, pode-se considerar uma atração local nos elétrons de condução usando o modelo de Hubbard atrativo, enquanto o acoplamento com os momentos locais é descrito por um termo de Kondo; este modelo é conhecido como Kondo--Hubbard-atrativo. A versão unidimensional deste modelo foi investigada através da técnica de DMRG (density-matrix renormalization group), o qual foi encontrado um estado fundamental que exibia regiões com uma grande variedade de fases magnéticas, incluindo ondas de densidades de spin comensuráveis e incomensuráveis, coexistindo com supercondutividade; estes resultados estão de acordo com os dados experimentais. Desta maneira, neste trabalho consideramos este modelo numa rede quadrada, através de aproximações de campo médio. Discutimos resultados para o gap da supercondutividade e para as magnetizações dos elétrons de condução e dos momentos locais. A partir destes resultados, extraímos diagramas de fases tanto para temperatura nula como temperatura finita, variando a densidade eletrônica, a interação de exchange (entre os elétrons de condução e os momentos locais) e a interação atrativa entre os elétrons de condução; mapeamos as regiões de coexistência entre supercondutividade e magnetismo. Os resultados encontrados foram comparados com os dados experimentais.