POPULAÇÃO FÚNGICA E TRANSMISSÃO DE Colletotrichum truncatum E Macrophomina phaseolina EM SEMENTES DO BANCO ATIVO DE FEIJÃO-FAVA DA UFPI
Pré-condicionamento osmótico, patologia de sementes, Phaseolus lunatus, transmissão semente-plântula.
No Brasil, a espécie Phaseolus lunatus L., conhecida como feijão-fava, é cultivada predominantemente por pequenos produtores. Informações a respeito da cultura são insuficientes, bem como dos patógenos e das doenças que a afetam. A ocorrência de doenças e a falta de qualidade das sementes são as principais causas da baixa produtividade, visto que muitos patógenos como os fungos, podem ser transmitidos da semente para a planta. A análise sanitária de sementes pode fornecer informações essenciais para adoção de medidas de controle sobre lotes, na certificação etc. Entre os fungos fitopatógenos do feijão-fava destacam-se Colletotrichum truncatum e Macrophomina phaseolina; causadores da antracnose e podridão cinzenta respectivamente. Diante da escassez de informações acerca da sanidade e transmissão de fungos por sementes de feijão-fava, objetivou-se avaliar a incidência fúngica em sementes de 34 acessos de feijão-fava, verificar a possibilidade de transmissão de C. truncatum e M. phaseolina pelas sementes e avaliar a eficiência da restrição hídrica na inoculação de sementes. Para os estudos da análise sanitária, lotes de 400 sementes de cada acesso foram desinfestadas e depositadas em placas de Petri contendo meio de cultura batata-dextrose-ágar, que resultou na presença de 22 gêneros de fungos, entre eles os fitopatógenos C. truncatum (0,95%), Fusarium spp. (1,27%), M. phaseolina (1,58%), Rhizoctonia solani (0,01%) e Sclerotium sp. (0,28%) e os fungos de armazenamento Aspergillus spp., Penicillium spp., Curvularia sp. e Monilinia sp. apresentaram juntos 63,76% das colônias. Os isolados de Colletotrichum e Macrophomina foram identificados por filogenia como C. truncatum e M. phaseolina com suporte de bootstrap de 90 e 100%, respectivamente. Para os estudos de transmissão e eficiência da restrição hídrica, adicionou-se manitol ao meio de cultura, para a obtenção dos potenciais hídricos -0,2 -0,4, -0,6, -0,8 e -1,0 MPa. As sementes foram incubadas a 25ºC, com fotoperíodo de 12 horas, por períodos variáveis. Após esse processo, foram submetidas aos testes de germinação em rolo de papel, emergência de plântulas em areia e sanidade em meio BDA. O potencial hídrico -0,4 MPa promoveu maior incidência de sementes infectadas por C. truncatum, e maior percentual de plântulas doentes. A metodologia foi eficaz na inoculação de M. phaseolina nas sementes, entretanto, o patógeno prejudicou sua germinação, independente do potencial hídrico.