Pulgões (Hemiptera: Aphidoidea) são insetos pertencentes a uma das famílias mais diversificadas e amplamente distribuídas no mundo. São polífagos com a capacidade de ser encontrado em diversos hospedeiros e são considerados importantes pragas em diversas culturas agrícolas e em plantios florestais, pois causam danos diretos e indiretos nas plantas. No Brasil Aphis gossypii e A. spiraecola ocorrem em várias culturas, tanto isoladamento quanto em associação, entretanto na cultura do eucalipto não existe relato nem estudos sobre a bioecologia desses insetos. O estudo dividiu-se em dois eixos: (i) calcular a taxa instantânea de crescimento de espécies de pulgões em eucalipto (ri) e identificar a preferência alimentar de uma espécie de pulgão a seis diferentes espécies de eucalipto (Eucalyptus pellita, E. urophylla, E. brassiana, E. grandis, E. tereticornes e Corymbia citriodora); (ii) calcular a taxa instantânea de crescimento, identificar a preferência alimentar, bem como avaliar o ciclo de vida e as características reprodutivas de uma espécie de pulgão identificada em espécies de eucalipto (E. brassiana e E. urophylla) e em outros dois diferentes hospedeiros (Capsicum frutencens e Polyscias scutellaria), para assim comparar os parâmetros biológicos. Foram coletados pulgões em mudas e minijardimclonal de eucalipto. As espécies de pulgões encontradas foram identificadas como A. spiraecola em mudas de E. pellita em casa de vegetação da Universidade Federal do Piauí em Teresina e A. gossypii em minijardim clonal comercial de eucalipto em Monsenhor Gil. Houve decréscimo populacional de A. spiraecola em diferentes espécies de eucalipto, entretanto houve uma taxa de crescimento populacional positiva de A. gossypii em E. grandis. A seleção hospedeira de A. spiraecola para diferentes espécies de eucalipto demonstra que C. citriodora é o menos preferido e o E.urophylla o mais preferido. A taxa instantânea de crescimento de A. spiraecola foi positiva em E. brassiana, E. urophylla, C. frutencens e P. scutellaria. Aphis spiraecola consegue completar o ciclo biológico e conclui o período ninfal em E. pellita e E. urophylla, mas não se reproduz em laboratório. Existe o efeito das plantas hospedeiras C.frutescens e P. scutellaria na biologia de A. spiraecola, ocorrendo variações significativas em alguns parâmetros biológicos avaliados como a fecundidade total, no qual as médias foram de 16,29 e 38,14 ninfas por fêmea em P. scutellaria e C. frutescens respectivamente. A. spiraecola é capaz de completar seu ciclo de desenvolvimento, produzir descendentes e possui potencial de aumento da população em C. frutescens e P. scutellaria, entretanto em Eucalyptus pellita e E. urophylla não houve geração de descendentes em condições de laboratório. Capsicum frutescens é o hospedeiro mais favorável para A. spiraecola e P. scutellaraia é menos favorável. Os resultados encontrados sustentam que as plantas hospedeiras influenciam parâmetros biológicos de A. spiraecola e A. gossypii e que o entendimento das relações inseto-planta é importante para se prever a adequação planta hospedeira ao incremento populacional do inseto.