EFEITO INSETICIDA DOS ÓLEOS VEGETAIS DE GIRASSOL (Helianthus annus) MILHO (Zea mays) E CANOLA (Brassica napus) SOBRE Zabrotes subfasciatus (Boh., 1833) (COLEOPTERA:CHRYSOMELIDAE:BRUCHINAE) EM FEIJÃO-FAVA (Phaseolus lunatus)
Caruncho, Armazenamento, Grãos
A ocorrência de pragas tem sido apontada como um dos fatores de redução da produtividade e da qualidade da fava (Phaseolus lunatus) produzida. O inseto Zabrotes subfasciatus ataca os cotilédones do feijão armazenado e, na fase larval, abre galerias, podendo destruí-los completamente, ao que se soma a presença de ovos nos grãos, de orifícios de emergência dos adultos, de insetos mortos e de excrementos que afetam a qualidade do produto. Ao contrário das pragas do campo os insetos de grãos armazenados são muito mais graves, não só por causa da magnitude dos prejuízos que eles causam, mas também devido à irreversibilidade dos danos que ele provoca na produção. Os óleos vegetais podem ser uma alternativa de controle de insetos praga, pois estes apresentam algumas vantagens, tais como rápida degradação sob condições ambientais, são menos persistentes, o que reduz seu impacto sobre organismos benéficos e possuem baixa toxicidade a mamíferos. O trabalho foi conduzido no Laboratório de Entomologia do Departamento de Biologia, do Centro de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Piauí. Para a instalação do experimento foram utilizados insetos da espécie Zabrotes subfasciatus (Boh., 1833), provenientes da criação estoque mantida no próprio laboratório, sob temperatura de 28 ± 1 °C e 70 ± 20 % de umidade relativa em sala climatizada. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial, constando de 8 acessos de fava x 3 óleos vegetais x 4 doses (3 doses e 1 testemunha), com 4 repetições. Os acessos de feijão-fava (Phaseolus lunatus) utilizados foram: 1-UFPI-776, 2-UFPI-775, 3-UFPI-771, 4-UFPI-25, 5-UFPI-26, 6-UFPI-773, 7-UFPI-772 e 8-UFPI-774 procedentes do Banco de Germoplasma da Universidade Federal do Piauí. Os óleos fixos utilizados foram: girassol (Helianthus annuus), milho (Zea mays) e canola (Brassica napus). As doses adotadas foram 0ml ( testemunha), 0,1ml, 0,2ml e 0,3ml e as variáveis estudadas: Número de insetos mortos (NIM), Número de ovos viáveis (NOV), Número de ovos inviáveis (NOI) e Emergência de insetos adultos (EIA). Em recipientes plásticos com pequenos orifícios na parte inferior, foram colocados 20 g de grãos de cada cultivar e 5 casais de Z. subfasciatus com idade de 0 a 24 h e deixados por um período de sete dias, quando os insetos vivos e mortos foram retirados e contados e então descartados. Posteriormente, com o auxilio de um microscópio estereoscópio fez-se a contagem do número de ovos viáveis e inviáveis. Após 25 dias da infestação, as parcelas passaram a ser avaliadas diariamente, a fim de se determinar número de insetos adultos emergidos, por Z. subfasciatus. Os dados foram analisados de acordo com a proposta quantitativa do estudo. O software utilizado foi o SPSS versão 20 para Windows. A análise univariada foi realizada através de gráficos e tabelas. Os intervalos de confiança foram calculados pela distribuição de probabilidade t de Student. Para esse modelo utilizou-se a análise de variância multivariada (MANOVA). O teste multivariado utilizado foi o de Lambida Wilks. Todos os testes estatísticos foram utilizados adotando 5% como nível de significância. Os óleos vegetais de milho e girassol demonstraram ser bastante eficientes para mortalidade de insetos (6,60 e 6,57), viabilidade de ovos (59,47 e 57,16) e emergência de insetos adultos (28,71 e 28,97) com maiores índices de efeito inseticida sobre Zabrotes subfasciatus. O óleo de canola foi o menos eficiente exceto para o número de ovos inviáveis (9,37). Os acessos de fava UFPI-776, UFPI-26 e 7 UFPI-25 revelaram-se os mais resistentes à infestação de Zabrotes subfasciatus quando tratados com os óleos vegetais fixos.