Existem mais de 13 espécies de Fusarium entomopatogênicos, capazes de causar doenças em diferentes ordens de insetos, compreendendo uma gama de hospedeiros. Estudos recentes mostram Fusarium spp. sendo patogênico a diversas ordens de insetos como coleópteros, dípteros, hemípteros, himenópteros e lepidópteros, sugerindo esse fungo como promissor para o controle microbiano de insetos podendo ser explorados para o desenvolvimento de novos produtos. A identidade dos isolados dos Fusarium spp. patogênicos vem sendo estudado, entretanto não existem registros de isolados coletados do Piauí. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo o levantamento e identificação de espécies de Fusarium spp. oriundos do estado do Piauí, bem como avaliar sua patogenicidade e virulência sobre Coleoptera e Diptera. Os isolados de Fusarium sp. foram coletados em solos de pomares de cajá (Spondias mombin L.) e acerola (Malpighia emarginata L.) em Teresina, ameixa silvestre (Ximenia americana L.) e acerola (em São Pedro do Piauí, no Sítio das Palmeiras, zona rural) e de cajá no município de Miguel Alves, PI. Foi realizada a caracterização morfológica avaliando a forma e produção dos microconídios, forma dos macroconídios, presença de septos, forma de fiálides, presença de clamidósporo e molecular (regiões ITS do rDNA com os oligonucleotídeos iniciadores, fator de elongação 1-alfa). Nos testes de patogenicidade foram utilizados como hospedeiros Tenebrio molitor e Anastrepha flavipennis, pulverizados com os isolados de Fusarium spp. na concentração de 1,0 x 108 conídios/ml. A mortalidade dos insetos foi avaliada por até sete dias. Foram coletados cinco isolados de Fusarium. Os caracteres morfológicos e moleculares dos isolados indicam a identificação como Fusarium falciforme e F. oxysporum f. sp. cubense. Os isolados de Fusarium spp. foram patogênicos a adultos de A. flavipennis e larvas de Tenebrio molitor, entretanto o isolado AV08 (F. falciforme) não foi patogênico a adultos de A. flavipennis. O isolado AV11 foi o mais virulento sobre A. flavipennis pois ocasionou a mortalidade de adultos no menor tempo letal (TL50 = 3,7 dias), índice que só foi superado pelo controle positivo (M. anisopliae) que alcançou 100% da mortalidade dos indivíduos com um tempo letal necessário para matar 50% da população (TL50)de 2,5 dias. Enquanto os isolados AV09 e AV12 apresentaram média virulência, com TL50 de 6,4 e 5,8 dias, respectivamente. Os isolados fúngicos encontrados apresentaram diferentes níveis de virulência.