MACROPHOMINA PHASEOLINA, FUSARIUM FALCIFORME E REPRESENTATES DO COMPLEXO COLLETOTRICHUM GLOEOSPORIOIDES: NOVOS AGENTES ETIOLÓGICOS EM FEIJÃO-FAVA
Antracnose, Phaseolus lunatus, podridão de raiz, podridão de carvão
O feijão-fava (Phaseolus lunatus L.) é uma leguminosa tropical caracterizada pela elevada diversidade genética e grande potencial de produção, sendo cultivada principalmente por produtores familiares na região Nordeste do Brasil. Apesar da importância social e econômica, seu rendimento ainda é baixo, devido, dentre outros fatores, a ocorrência de pragas e doenças. Dentre as diversas doenças que afetam o feijão-fava, as fúngicas se destacam por terem ocorrência comum e causarem sintomas que podem levar a perdas de produção. É preocupante a ocorrência de podridões de raiz e caule, as manchas foliares e doenças que causam morte de plântulas pré- ou pós-emergência, que ainda não tem seus agentes etiológicos reconhecidos. Diante do exposto os objetivos deste trabalho são: Identificar por morfologia e filogenia, e avaliar a patogenicidade de isolados de Macrophomina sp., Fusarium sp. e Colletotrichum sp. em plantas de feijão-fava; além de testar métodos de inoculação artificial de Macrophomina sp. e Fusarium sp. em plantas de feijão-fava. Os caracteres morfológicos (pigmentação, forma e tamanho de conídios) e a filogenia dos genes TEF1-α (para Macrophomina sp.), ITS (para Colletotrichum sp.) e TEF1-α e RPB2 (para Fusarium sp.) identificaram os isolados como Macrophomina phaseolina, Fusarium falciforme e espécies pertencentes ao Complexo Colletotrichum gloeosporioides. Todos os isolados testados foram patogênicos ao feijão-fava. Os métodos de inoculação do grão de arroz infestado, e disco de micélio foram eficientes na inoculação artificial de M. phaseolina, enquanto o método de ferimento e imersão das raízes em suspensão conidial foi o mais eficiente na indução de sintomas por F. solani. Esta é a primeira descrição de M. phaseolina, F. solani e C. gloeosporioides causando doença em feijão-fava no Brasil.