O conhecimento do solo e da vegetação é essencial para estudos relacionados à dinâmica dos ecossistemas e para atividades de planejamento em áreas protegidas. A região do Delta do Parnaíba, no Piauí, possui diversos estudos relacionados à fauna e flora, porém apresenta carência de informações sobre os solos e principalmente sobre a estocagem de carbono na biomassa vegetal, devido às dificuldades na execução das etapas de campo. Diante disso, modelos de previsão são essenciais, pois permitem amostrar áreas de difícil acesso nas etapas de campo. Logo, os objetivos deste trabalho foram: realizar um levantamento fitossociológico da vegetação do Delta do Parnaíba; quantificar e estimar a distribuição espacial da biomassa vegetal e quantificar o estoque de carbono da vegetação e; realizar a determinação do carbono orgânico e estoques de carbono do solo e estimá-los por três métodos de previsão. No capítulo I foram levantadas as espécies presentes, calculados o Índice de diversidade de Shannon (H’) e Índice de equabilidade de Pielou (J) e levantados a área basal, densidade, dominância, frequência, valor cultural e valor de importância delas. Observou-se 381 indivíduos, dos quais as espécies frequentes foram Copernicia prunifera e Rizhophora mangle. A maioria dos indivíduos amostrados pertence a classe diamétrica de 5,6 a 38,9 cm e altura de 1,75 a 5,3 m. Reportou-se H’= 2,47 e J= 0,78, indicando baixa diversidade e intermediária distribuição de indivíduos na área. No capítulo 2, foram coletados dados do diâmetro e altura dos indivíduos vegetais em 26 pontos, que foram utilizados em equações alométricas para calcular a biomassa vegetal e convertê-la em estoque de carbono. A distribuição espacial de biomassa foi estimada por sensoriamento remoto, onde extraiu-se e selecionou-se as variáveis espectrais de imagens do sensor OLI / Landsat 8, em três datas distintas e os modelos de predição determinados por regressão. Observou-se que a vegetação perenifólia de mangues obteve biomassa vegetal e estoque de carbono superiores às outras vegetações. Os modelos de previsão que forneceram as melhores estimativas de biomassa acima do solo foram os das datas de 12 de novembro de 2016 (EAM= 6,84; RMSE= 47,89 Mg.ha-1; R²=0,74) e 28 de novembro de 2016 (EAM= 9,63; RMSE= 34,67 Mg.ha-1; R²=0,60). No capítulo 3 foram coletadas amostras de solos e determinou-se as concentrações de carbono em sete profundidades e calculados os estoques de carbono de 0-30 e 0-100 cm. Avaliou-se a interação da vegetação com as variáveis do solo pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Em seguida foi realizado a predição da concentração de carbono de 0-10 cm (SOC) e estoques de carbono de 0-30 cm (CS30) e de 0-100 cm (CS100), utilizando-se de três métodos de previsão: regressão linear múltipla (MLR), krigagem ordinária (OK) e krigagem da regressão (RK). Os resultados mostraram que os solos sob a vegetação perenifólia de mangues obtiveram concentrações de carbono e estoques de carbono superiores, independente da profundidade. Na previsão do SOC, CS30 e CS100, o RK obteve o menor RMSE (5,54 g.kg-1, 11,70 Mg.ha-1 e 38,35 Mg.ha-1, respectivamente) e maior R2(0,97, 0,89, 0,95 respectivamente) sendo considerado um bom método de previsão para estas variáveis do solo.