A presente pesquisa tem por objetivo comprovar que as roupas usadas pelos filhos (as) de santo, como são chamados os seguidores das religiões de matriz africana, tanto as usadas nas cerimônias desses cultos como as utilizadas para os trabalhos ritualísticos dentro dos terreiros, são marcadores identitários dessas religiões, no caso, Umbanda e Candomblé. O trabalho está sendo desenvolvido nos terreiros Ilé Oyà Tade (Umbanda) e Ilé Ásè Oloomi Wura (Candomblé), ambos na cidade de Teresina-Piauí. O estudo contempla a construção de caderno de campo, observação participante, escuta sensível, coleta de imagens fotográficas e fílmicas e, a elaboração e apresentação de uma exposição de bonecas paramentadas com as vestes dos dezesseis orixás mais cultuados no Brasil, mais quatro bonecas caracterizadas de baiana, sacerdote, roupa de ração masculina e feminina. O trabalho se encontra em andamento, mas já aponta para a confirmação de que estas vestes são realmente marcadores da identidade dessas religiões, sendo observado que as mesmas também podem desencadear atitudes de intolerância religiosa e racismo. Estamos dialogando com teóricos como Roger Bastide, Pierre Verger, Manuel Quirino, Edson Carneiro, Reginaldo Prandi, Juana Elbien dos Santos, Vagner Gonçalves da Silva, Teresinha Bernardo, Oracy Nogueira, Mircea Eliade, Arnold van Gennep, Manuel Castells, Roberto Cardoso de Oliveira, Stuart Hall, Cliford Geertz. Levi-Strauss entre outros