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Banca de DEFESA: SIMONE DE OLIVEIRA MATOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SIMONE DE OLIVEIRA MATOS
DATA: 25/09/2013
HORA: 15:00
LOCAL: CCHL
TÍTULO:

POVOS DE LAGOAS-PI  NA CONSTRUÇÃO DA TERRITORIALIDADE QUILOMBOLA: UMA ETNOGRAFIA


PALAVRAS-CHAVES:

Territorialidade  - Identidade - Comunidades Quilombolas  


PÁGINAS: 168
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

No âmbito da política nacional de reconhecimento de  territorialidades quilombolas que resulta de um longo processo de organização e luta política, povos negros rurais lutam pela moral do reconhecimento. Múltiplos sentidos são agenciados na perspectiva de afirmação de identidades e reconhecimento de territorialidades, com garantia constitucional nem sempre efetivada. A pesquisa etnografa o território Lagoas, no Estado do Piauí, constituído por cerca de 118 localidades, e com uma população  em torno de 1.498 famílias e de 5.128 habitantes, a qual se  encontra às voltas com um processo de reconhecimento, em andamento, e cujo laudo antropológico foi realizado em 2010.  Na reinvindicação  do reconhecimento público de si este  povo que se auto-reconhece quilombola aciona o trabalho da memória: oral; de lugares físicos relacionados ao “tempo do cativeiro”; da linguagem de parentesco; das “terras de herança”; da religiosidade que reúne tradições de matriz africana e do catolicismo popular; de modos de cultivar  a terra, criar animais, e sobreviver de outras estratégias, como campesinato. Assim, promove, inclusive, o preenchimento de lacunas historiográficas, ressignificando o não-reconhecimento histórico como cidadãos e cidadãs, e trazendo à tona imperativos consuetudinários que orientam a vida em comunidade, nem sempre nos marcos jurídicos do Estado. A quebra do silêncio de anciãos e anciãs, após décadas de resguardo – pela “vergonha e dor” presentes na história de antepassado/as –  faz emergirem memórias dos tempos do cativeiro sobre o qual, para muito/as, ainda é preferível silenciar. Nesta relação de negação/afirmação ante desafios a serem superados, sentidos e (re)sentidos são acionados no enfrentamento dos diversos entraves enfrentados com o apoio do Movimento Quilombola; da Cáritas Diocesana de São Raimundo Nonato; com a organização de uma Associação do Território Lagoas; e com a emergência do Movimento Capoeira de Quilombo que interpela, em especial, a jovens e crianças. A pesquisa flagra o momento atual desse processo – sem perder a perspectiva diacrônica – registrando a interação dos povos das diversas localidades em um ambiente social, cultural, físico, e simbólico; a produção de novos sentidos de territorialidade; o processo de mobilização política, em curso, com base na história e na memória. No campo de forças onde se insere a trajetória da construção desta territorialidade, questões internas relacionadas à forma jurídica da propriedade da terra, negociações entre múltiplas identidades presentes no território, a ameaça de interesses externos de empresas mineradoras e carvoeiras, na região, compõem o quadro atual, tensionado pela desaceleração do processo de titulação, o qual encontra-se “parado” no Incra, sem que o passo de notificação das famílias seja dado por esta instituição. Situação esta que gera incertezas entre lagoano/as e que pode ser vista como um campo potencial tanto  para que conflitos latentes venham à tona, quanto para que se gerem novos, desafiando, ainda mais, o capital político dos povos lagoanos.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1167741 - FERDINAND CAVALCANTE PEREIRA
Presidente - 1167705 - MARIA DIONE CARVALHO DE MORAIS
Externo ao Programa - 1581663 - MARIA SUELI RODRIGUES DE SOUSA
Interno - 1725527 - ROBSON ROGERIO CRUZ
Notícia cadastrada em: 12/09/2013 08:39
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