A DISTRIBUIÇÃO MINISTERIAL DA COALIZÃO BRASILEIRA E A ASSIMETRIA PARTIDÁRIA DO PODER DE PROPOSIÇÃO.
Presidencialismo de coalizão; Partidos políticos brasileiros; Executivo Federal.
A formação de coalizões presidenciais é um fenômeno típico do sistema político brasileiro. Entretanto, o entendimento sobre a distribuição das benesses produzidas pelas coalizões no Brasil não leva em conta as características institucionais particulares ao país, em especial, a separação de poderes, simbolizada pelas atribuições presidenciais, e as características próprias de um sistema partidário fragmentado. Nessa dissertação, buscou-se inserir esses elementos de explicação, associados também à proporcionalidade entre bancadas partidárias, buscando entender os retornos advindos da coalizão, avaliados tanto pelos ministérios recebidos, como a partir do orçamento dedicado aos ministérios controlados por cada partido. Buscando entender esse fenômeno, foram realizadas Regressões lineares múltiplas para os governos presidenciais a partir de FHC. Como resultado, observou-se que o partido do presidente consegue expressiva participação nas benesses da coalizões, advindas de sua posição privilegiada de "formateur", porém, ao longo do tempo, o comportamento desse fenômeno é dinâmico, havendo a reivindicação dos demais partidos que compõe a base de governo por maior espaço, especialmente quando analisado o período de 2008 a 2011 em relação aos demais períodos e suas características contextuais.