Este trabalho analisa o impacto da execução de emendas parlamentares individuais sobre a performance eleitoral dos deputados federais brasileiros entre 2006 e 2010. Argumenta-se que eleitores de localidades com baixo desenvolvimento socioeconômico tendem a recompensar mais deputados federais que executam emendas em seus municípios. Os eleitores de localidades com essas características seriam mais vulneráveis às intervenções do Estado e, consequentemente, mais dependente das emendas a serem executadas. Nesses termos, a hipótese a ser testado é se, de fato, o impacto das emendas individuais sobre o voto é maior em localidades que possuem baixos índices de desenvolvimento socioeconômico. Para os testes, foram utilizadas estatística descritiva, testes de comparação de médias, regressão linear simples e multivariada. Os achados desta pesquisa apontam para duas conclusões. Em primeiro lugar, não houve uma variação na média total de votos dos deputados federais nos municípios onde as emendas foram executadas entre as duas eleições em análise. Segundo, em relação à média dos votos nos diferentes grupos de municípios, constatou-se que os únicos municípios que tiveram aumento na média de votos entre as duas eleições (2006 e 2010) foram aqueles pertencentes aos grupos de IDHM baixo e médio. No entanto, conforme as análises de regressão realizadas, o IDHM, apesar de ter impacto significativo sobre a performance eleitoral dos deputados federais, explica muito pouco da variação na média dos votos dos parlamentares. Emenda individual, portanto, importa, mas não é o elemento central para explicar o ganho de votos de deputados federais que se reelegem no Brasil.