A pesquisa visa investigar o modelo de política social adotada nos governos Lula (2003- 2010) e Dilma (2011-2014), tendo em vista a relação destes governos com a fração dominante no bloco no poder. Assim, busca-se identificar em qual perspectiva, a saber: neoliberal ou neodesenvolvimentista, se enquadra a intervenção no setor social feita pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no período assinalado. Para tanto, o trabalho discute a relação entre Estado e sociedade civil, uma vez que se constitui como indispensável para explicitar o reflexo das lutas de classe no interior do aparato estatal. Ademais, aborda-se a ideia de bloco no poder e, portanto, os conceitos de fração hegemônica, classe apoio e aliança política a fim de observar o ocorrido durante o governo do PT. Para identificar a fração burguesa hegemônica analisar-se-á as políticas monetária, creditícia, industrial e de comércio exterior, além da política social. Neste último caso, será averiguado se as políticas habitacional, de educação profissionalizante e assistência social, com foco nos principais programas desenvolvidos durante os governos analisados, atenderam as necessidades da classe trabalhadora. No tocante ao resultado da pesquisa, tem-se que a burguesia industrial, fração dominante do bloco no poder, aliou-se à classe trabalhadora representada pelo PT. Neste sentido, o PT executou políticas sociais de caráter novo desenvolvimentista com o intuito de alcançar o desenvolvimento econômico e social do país. Os programas sociais analisados mostram que além de atender aos trabalhadores, dentro do limite do sistema capitalista, também contribuíram para os interesses do capital industrial.