Esta pesquisa se insere na discussão sobre Estado e movimentos sociais, sob a óptica instrumental-teórica das redes. Partindo da atuação do movimento denominado Ocupa Praça em Teresina – PI (2015-2016), o estudo teve como objetivo investigativo entender como as redes reforçaram o poder do Movimento Ocupa Praça na arena política a ponto de intervir no direcionamento da política pública. Examinou-se a formação do movimento, os padrões organizacionais e de aliança, a articulação com o poder público e os resultados alcançados pelo movimento em sentido objetivo e simbólico. Foram entrevistados dois grupos representativos: militantes do movimento e representantes do poder público envolvidos na formulação da política, no período do movimento. Constatou-se, no estudo, a presença acentuada de redes que ampliaram o poder de interlocução do movimento na arena pública, por meio de um portfólio substanciado de práticas, experiências, saberes e canais de articulação política que implicaram tanto na influência sobre a política de mobilidade urbana, como também na qualificação da decisão pública. Como produto desse processo, os dados revelam que, somatizada ao apoio dessas redes ativistas, a exposição do custo social para a sociedade foi um ponto de destaque para aderência a suas narrativas.