O número de pesquisas e debates sobre a Cooperação Sul-Sul, um fenômeno das relações internacionais, tem aumentado desde o início do século XXI. Da mesma forma, são muitos os trabalhos que tratam da mudança na política externa brasileira no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve início em 2003. Nessa perspectiva, a presente pesquisa é mais uma que tem a Cooperação Sul-Sul como objeto de estudo. Nesse trabalho analisar-se-á a atuação do BNDES na integração regional sul-americana por meio da internacionalização de empresas brasileiras, bem como sua importância no aprofundamento da Cooperação Sul-Sul, posto que a partir do início do século XXI ocorreu o surgimento de novos polos que fazem frente à coalização existente entre as potências hegemônicas ocidentais. Com o início do lulismo, o Brasil assumiu uma posição multilateral em sua política externa, fortalecendo a Cooperação Sul-Sul (CSS). O objetivo, portanto, é validar a hipótese de que o BNDES, com sua política de financiamento à internacionalização de empresas brasileiras, inserido em uma plataforma neodesenvolvimentista, é para a política externa brasileira um instrumento de poder do ponto de vista global.