O excesso de peso é um problema de saúde que pode ser prevenido com adoção de hábitos saudáveis de vida. É na adolescência que vários hábitos e comportamentos são estabelecidos, incorporados e possivelmente, perpetuados na idade adulta. Sendo, dessa maneira, imprescindível incentivar o adolescente a se tornar um sujeito ativo do seu cuidado, através de estratégias que visem à promoção da saúde, a prevenção de agravos e o autocuidado. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivos desenvolver e validar uma cartilha educativa para prevenção do excesso de peso em adolescentes. Trata-se de uma pesquisa metodológica, com enfoque no desenvolvimento, avaliação e aperfeiçoamento de uma tecnologia educativa, realizada no período de maio de 2017 a fevereiro de 2018. Após diagnóstico situacional e levantamento bibliográfico, a cartilha educativa intitulada de “Psiu, quais as consequências do excesso de peso? Saiba como se prevenir!” foi elaborada a partir de orientação para o cuidado em saúde, contando com o auxílio de um designer gráfico, para elaboração das ilustrações e diagramação das páginas. Após o processo de criação, o material foi validado por 15 juízes, a saber: 9 juízes de conteúdo e 6 juízes de design e marketing, os quais avaliaram o conteúdo e aparência da tecnologia educativa. Para validação com o público-alvo, 36 adolescentes foram consultados, observando sua aparência e adequabilidade ao público e ao objetivo proposto. Foram utilizados três questionários distintos, um para cada grupo de avaliadores. Após o levantamento das sugestões feitas pelos juízes e adolescentes, as alterações foram realizadas e, concluída a versão final da cartilha. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPI com parecer nº 853.499. Foram obedecidos os preceitos éticos dispostos na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. A maioria dos juízes de conteúdo era do sexo feminino; com formação em enfermagem; atuação na docência; titulação doutorado; a idade variou de 26 a 43 anos, com prevalência da faixa etária menor que 35 anos. Quanto à análise, a cartilha foi validada com Índice de Validade de Conteúdo de 0,87 pelos juízes de conteúdo. As principais sugestões tecidas por eles giraram em torno da substituição ou troca de termos e adequação de textos para tornar a tecnologia com maior rigor científico e eficaz durante a atividade de educação em saúde. A maioria dos juízes de design e marketing era do sexo masculino, com menos de 35 anos, atuantes na área de Design, da cidade de Picos-PI, avaliaram a cartilha com Índice de Validade de Conteúdo de 0,96. Em relação ao público-alvo, participaram adolescentes de 14 a 18 anos, predominaram meninos, da cor parda, com renda maior de um salário mínimo. O nível de concordância nas respostas positivas dadas pelos adolescentes foi de 82% e as principais sugestões estiveram associadas às cores e ilustrações da cartilha. Diante dos resultados, é possível afirmar que a cartilha mostrou-se válida e confiável para utilização como tecnologia educativa em intervenções com adolescentes que visem torná-los agentes de mudança e protagonistas do cuidado com seu corpo.