INTRODUÇÃO: O envelhecimento humano é um processo natural, dinâmico e progressivo, em que ocorrem alterações a nível fisiológico, metabólico, psicológico, levando a uma maior vulnerabilidade e aparecimento de doenças. OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional, dislipidemia e risco cardiometabólico em idosos de Teresina – PI. METODOLOGIA: Estudo transversal em que foram avaliadas 173 pessoas idosas, cadastradas na estratégia saúde da família (ESF) há pelo menos três meses, sem diagnóstico de diabetes, doença renal crônica, hepatopatias, neoplasias, doença infectocontagiosa, doenças inflamatórias intestinais, alcoolismo ou outra dependência química, de ambos os sexos, com idade maior ou igual a 60 anos, residentes na cidade de Teresina, Piauí, Brasil. A coleta de dados foi realizada entre 2016 e 2017, por meio de questionário contendo indicadores antropométricos sendo peso, altura, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), prega cutânea tricipital (PCT), circunferência do braço (CB), circunferência muscular do braço (CMB) além de aferição da pressão arterial e avaliação bioquímica do perfil lipídico e glicemia de jejum. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS (for Windows versão 20.0). RESULTADOS: Os valores do estado nutricional global foram inadequados em mais da metade da amostra 118 idosos (68,2%) e somente em 55 (31,8%) adequado. A análise do perfil lipídico de idosos hipertensos e normotensos mostrou que ambos apresentaram em sua maioria uma classificação para desejável ou ótimo, tendo apenas o HDL predominando como limítrofe nesses grupos. Os valores para risco cardiometabólico mostraram que (59,5%) dos idosos apresentaram alto risco e (40,5%) baixo risco. A associação dos dados do perfil social e risco cardiometabólico mostraram uma relação estatisticamente significante para o sexo feminino (p = 0,006) e o estado civil casado (p = 0,011) com o risco cardiometabólico. A análise do perfil antropométrico com o risco cardiometabólico destacou uma associação estatisticamente comprovada para os parâmetros de IMC (p = 0,002), adequação da PCT (p < 0,001) e o estado nutricional global (p < 0,001). A análise inferencial da prevalência e razão de chance, mostrou que não existe diferença significante quanto a prevalência do alto risco cardiometabólico e nem do aumento de chance em relação ao sexo e estado civil, no entanto, demonstrou que a adequação da PCT foi estatisticamente significante (p = 0,009) e também para o estado nutricional global (p = 0,032). CONCLUSÃO: A partir dos resultados desse estudo, pode-se concluir que os idosos apresentaram em sua maioria alteração no estado nutricional, pequenas alterações do perfil lipídico e risco cardiometabólico elevado na maioria dos participantes do estudo. Espera-se que esse trabalho possa servir de base para o desenvolvimento de outros estudos mais completos envolvendo idosos.