INTRODUÇÃO: A educação enfrentou um dos maiores desafios de sua história como a pandemia de COVID-19 e os professores já sobrecarregados tiveram que se desdobrar diante desse cenário. Nunca um acontecimento teve tanto impacto na vida cotidiana de tantas pessoas, nas relações com amigos, familiares e, em certa medida, na própria liberdade. Diante de tantas incertezas e mudanças, tal situação trouxe reações como medo, ansiedade, estresse e outros sentimentos desagradáveis. OBJETIVO: Avaliar o estresse, Burnout e estratégias de coping relacionadas ao trabalho em professores em tempos de COVID-19. MÉTODO: Estudo de delineamento transversal analítico, com coleta de dados por meio da técnica de web-based survey. O estudo foi desenvolvido em Teresina, capital do Piauí, no período de maio a julho de 2022, utilizando as escalas Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp (ISSL), o Maslach Burnout Inventory – General Survey (MBI- GS) e a Escala de Coping Ocupacional (ECO). A população do estudo compreendeu professores de todos os níveis de ensino atuantes em Teresina (PI). A amostra foi composta por 114 professores. Os dados foram processados no software IBM® SPSS®, versão 26.0. Foram calculadas estatísticas descritivas, como média, desvio padrão, mínimo e máximo, para as variáveis quantitativas; e frequências, para as qualitativas. Para as variáveis independentes quantitativas, a normalidade dos dados foi verificada por meio do Teste de Kolmogorov-Smirnov e a comparação das médias foi realizada por meio do Teste ANOVA One-Way, com pós-teste de Tukey quando significativa. Para as independentes qualitativas, foi utilizado o Teste Linear-by-Linear Association. RESULTADOS: Do total de participantes (n=114), 57,0% não apresentaram estresse. Dos 49 docentes com estresse, 33,3% encontravam-se na fase de quase- exaustão e 9,6% na fase de exaustão. 40,4% apresentaram níveis de Exaustão Emocional baixos, (27,2%) moderados e (32,5%) altos. Quanto ao Burnout, (1,8%) apresentaram níveis baixos, (27,2%) moderado e (71,1%) altos. Foram verificadas correlações entre a estratégia de coping do tipo controle e Burnout. Quanto menor o nível de cinismo mais foi utilizado o controle (p=0,018), com correlação fraca (r=−0,222). Maiores níveis de controle foram correlacionados a níveis mais elevados de eficácia no trabalho (p<0,001), com correlação moderada (r=0,547). CONSIDERAÇÕES FINAIS: É importante destacar que todo professor sofrerá os efeitos do estresse, seja em menor ou maior escala, haja vista que os fatores estressores estão presentes no cotidiano desses profissionais. Destaca-se, também, que a Síndrome de Burnout é um estado de estresse em um estágio mais crônico e as estratégias de coping são as melhores escolhas para a luta contra os estressores.