RESUMO Introdução: A pandemia da Covid-19, causador de uma grave crise sanitária e humanitária, se mostrou ainda mais tenso para a população idosa que residia em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPs), os quaisfazem parte do grupo de risco, em especial em virtude da debilidade imunológica, maior incidência de doenças crônicas e comorbidades que contribuem nos desenvolvimentos de quadros graves da doença, internação e mortalidade. Objetivo: compreender e avaliar a qualidade de vida da população idosa residente em ILPIs em Teresina-Piauí no cenário pós-Covid-19. Metodologia: A pesquisa combina métodos quantitativo, descritiva, transversal e retrospectivo, incluindo pesquisa documental, revisão de literatura e entrevista, coletados em seis ILPIs, públicas e filantrópicas, no município de Teresina-PI. Os dados abrangem informações sociodemográfico, institucionalização e medicamentos. O questionário WHOQOL-BREF foi utilizado para identificar a Qualidade de vida (QV) global e os seus domínios (Físico, Meio ambiente, Relações sociais, Psicológico, Funcionamento dos sentidos, Autonomia, Atividades passadas, presentes e futuras, Participação social, Morte e morrer, Intimidade e Escore geral) para análise da qualidade de vida da pessoa idosa. Resultado: O estudo envolveu 53 idosos residentes em seis ILPIs públicas e filantrópicas em Teresina-PI, distribuídas pelos Distritos Sanitários Norte, Sul, Leste e Sudeste. A região leste abrigava duas instituições com o maior número de participantes. A maioria dos idosos era do sexo feminino (67,9%) e na faixa etária de 71 a 80 anos (41,5%), com média de idade de 73,62 anos (DP = 8,34). Mulheres tinham uma média de 72,78 anos (DP = 8,41) e homens, 75,41 anos (DP = 8,16). A cor/raça parda foi a mais representativa (26,4%) e a profissão mais comum foi a de mecânico (15,1%), com 45,3% tendo ensino fundamental incompleto. A QV mostrou-se melhor entre homens em todos os aspectos e foi superior entre solteiros em bem-estar psicológico, social e ambiental. A QV apresentou tendência de queda com a idade, especialmente nos aspectos físico e ambiental. Indivíduos negros relataram menor QV em comparação com brancos e pardos, principalmente em relações sociais e ambiente. Trabalhadores domésticos tiveram melhor QV física, e mecânicos destacaram-se em relações sociais. Pessoas sem escolaridade apresentaram pior QV em todos os aspectos. A partir da percepção dos idosos, destacaram-se dados relacionados à função sensorial, especialmente sua diminuição ao longo do processo de envelhecimento. Conclusão: A fragilização da população idosa, a percepção de pior QV e a redução natural da vitalidade estão intimamente ligadas ao domínio do meio ambiente. Desse modo, compreender os desafios da institucionalização para pessoa idosa, os impactos desse ambiente e suas interfaces no processo de percepção de si e do envelhecimento, é crucial para qualidade de vida dos idosos residentes em instituições de longa permanência.