ÓBITOS EVITÁVEIS EM MENORES DE UM ANO NA CIDADE DE TERESINA NO PERÍODO DE 2007 A 2011
Mortalidade infantil. Causas de óbito. Óbito fetal. Serviços de Saúde
SILVA, I. S. Óbitos evitáveis em menores de um ano na cidade de Teresina no período de 2007 a 2011. 2014. Dissertação (Mestrado) – Programa de Mestrado em Ciências e Saúde, Universidade Federal do Piauí. Teresina-PI
RESUMO
Mortes evitáveis ou reduzíveis são aquelas preveníveis, total ou parcialmente, por ações efetivas dos serviços de saúde que estejam acessíveis em um determinado local e época. É considerada um indicador sensível à qualidade e diversidade da atenção à saúde prestada pelo sistema de saúde como uma medida resultado ou de impacto dos serviços de saúde. Este estudo analisou as causas de óbito evitáveis em menores de um ano de idade, filhos de mães residentes no município de Teresina, no período de 2007 a 2011. Trata-se de um estudo transversal que coletou junto às bases de dados do sistema de informação de mortalidade e sistema de informação de nascimentos. Foram analisados 1.058 óbitos para as variáveis: causa básica do óbito na classificação de causa evitável, causa mal definida e causa não claramente evitável, de acordo com a lista brasileira de causas de mortes evitáveis por intervenções do SUS. Para avaliar os fatores relacionados ao óbito evitável (fatores sociais, biológicos e assistência à saúde) considerou-se casos os óbitos evitáveis e controle os não claramente evitável. Os dados foram processados no programa SPSS (versão 20.0), calculou-se a taxa de mortalidade infantil evitável, teste qui-quadrado, análise bivariada e razão de chance ao nível de significância de p <0,05 para associação dos fatores relacionados aos óbitos evitáveis. Análise das causas básicas do óbito mostrou que 71,5% foram classificados como evitáveis, 28% não claramente evitável e 0,57% causas mal definidas. A taxa de mortalidade infantil evitável passou de 11,59/1000NV em 2007 para 10,01/1000NV em 2011 e redução relativa proporcional de 14%. Predominou o subgrupo de reduzíveis por adequada atenção a mulher na gestação (65,3%) tendo como causas mais frequentes as afecções maternas que afetam o feto e RN, transtornos relacionados com gestação de curta duração e baixo peso ao nascer. As causas reduzíveis por adequada atenção a mulher no parto (20,2%) tiveram como principais causas: hipóxia intrauterina e asfixia ao nascer, placenta prévia e descolamento prematuro da placenta. Evitáveis por adequada atenção ao RN (14,4%) e contribuíram principalmente as infecções e transtornos respiratórios específicos do período perinatal. Causas reduzíveis por ações de diagnóstico e tratamento adequado (7%) e de promoção à saúde, vinculadas a ações adequadas de atenção à saúde (5,4%). Associou-se ao óbito evitável o peso ao nascer, prematuridade, malformação congênita, natureza jurídica do hospital e tipo de parto. A taxa de mortalidade infantil teve pequena redução, elevada proporção de óbitos evitáveis, sugerindo um desafio na organização dos três níveis de atenção a saúde.