Risco cardiovascular estimado pelo Escore de Framingham e sua associação com marcadores de risco na aterosclerose.
Risco cardiovascular. Escore de risco de Framingham. Doenças cardiovasculares. Espessura íntima-média de carótida. Dilatação fluxo mediada da artéria braquial. Prevalência
Nas doenças cardiovasculares, podemos destacar as doenças ateroscleróticas que são consideradas um grave problema de saúde pública. Desse modo, é importante conhecer a epidemiologia da doença aterosclerótica em pacientes, a fim de planejar intervenções para prevenir e tratar essa patologia. O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência do risco cardiovascular estimado pelo Escore de Framingham (ERF). Estudo transversal, com amostra de 201 pacientes (62,2% do gênero feminino), atendidos na Unidade do Sistema Cardiovascular do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, selecionados por amostragem probabilística casual simples. As variáveis independentes estudadas foram: espessura íntima-média de carótida (EMIc), Dilatação fluxo mediada da artéria braquial (DILA), Nível de Atividade Física (NAF), Índice de Massa Corporal (IMC), Relação Cintura Quadril (RCQ), Circunferência da Cintura (CC), Circunferência do Pescoço (CP), gênero e idade. Para associações entre a variável dependente (ERF) e as independentes foi utilizado o teste de regressão linear múltipla, estratificada por gênero. Para estes testes a medida adotada foi o beta padronizado (β). A significância (p) adotada foi de 5%. A prevalência do baixo risco cardiovascular entre os pacientes foi de 72,1% (masculino=19,4%, feminino=52,7%, p<0,001). O gênero masculino apresentou percentual alterado nas variáveis DILA (80,3%) e CP (64,4%), entre as mulheres as variáveis DILA (66,4%), CC (65,4) e RCQ (70%) apresentaram valores alterados. Entre os gêneros, nas variáveis independentes CC, RQC e CP houve diferença estatística significativa (p<0,5). O ERF foi significativamente associado de modo negativo com o IMC (p=0,03) para o gênero masculino e positivamente associado com o IMC (p=0,04) e CC (p=0,05) entre o gênero feminino. Houve uma predominância de pacientes classificados de acordo com o nível de atividade física, como insuficientemente ativo. Conclui-se que a prevalência do risco cardiovascular estimado pelo ERF é baixa em pacientes sem diagnóstico prévio de doença aterosclerótica. Entre os gêneros, valores alterados nas variáveis DILA e IMC foram prevalentes. O gênero feminino apresentou mais variáveis independes com valores alterados em comparação aos homens, entre elas, a CC e RCQ, consideradas fatores de risco cardiovascular.