A hipertensão arterial em idosos e sua relação com a doença arterial periférica.
Saúde do idoso. Hipertensão. Doença arterial periférica.
O envelhecimento populacional é uma realidade brasileira que trouxe consigo uma série de mudanças no panorama epidemiológico, além de uma reorganização da atenção à saúde, agora mais atenta as doenças crônicas não transmissíveis. Dentre as patologias que mais acometem os idosos estão as doenças cardiovasculares, a exemplo da hipertensão arterial e da doença arterial periférica (DAP). Ambas, apresentam um forte caráter comportamental, quando analisado os seus fatores de risco. Nesse sentido, o estudo teve o objetivo de analisar a prevalência e a relação entre a hipertensão arterial e a DAP em idosos participantes de um programa de envelhecimento saudável. A população do estudo foi formada por indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, participantes de um programa de envelhecimento saudável da cidade de Teresina, Piauí. Trata-se de um estudo transversal com amostragem por conveniência e coleta de dados realizada no período de agosto a dezembro de 2015. Foram colhidas informações referentes a suas características socio-demográficas e econômicas, situação de saúde, fatores de risco cardiovasculares e qualidade de vida. Além disso, foram realizadas medidas antropométricas e obtenção dos valores do Índice Tornozelo Braquial. Os testes estatísticos foram realizados por meio do software Statistical Product and Service Solutions (SPSS) versão 20.0 e os resultados foram considerados significantes para qualquer valor de p < 0,05. Foram entrevistados um total de 99 idosos, com idade média de 68,08 anos. Quanto aos fatores de risco comportamentais, 74,7% nunca fumaram; 32,3% ingerem bebidas alcoólicas e 15,2% praticam atividade física regular. Na análise da situação de saúde foi observado que 15,2% dos idosos são diabéticos e 38,4% apresentam colesterol elevado. Segundo o Índice de Massa Corporal, 35,4% dos participantes apresentam sobrepeso e, a partir do estudo da circunferência da cintura (CC), 78% apresentam médias acima da normalidade. A hipertensão arterial foi a doença mais prevalente entre os idosos pesquisados e a DAP apresentou prevalência de 8,1%, não sendo observada relação significativa entre essas duas patologias. Quanto ao consumo de medicamento entre idosos, os mais consumidos foram os anti hipertensivos (45,5%), seguido dos anti hiperlipidêmicos (38,4%). Nesse estudo foi observada relação estatisticamente significante a CC e o diagnóstico de hipertensão arterial (p=0,03) e, entre o diagnóstico de diabetes e a presença de DAP (p=0,005). Não foi observada relação significativa entre a presença de sintomas em membros inferiores e a DAP, apontando um caráter frequentemente assintomático. No que se refere a qualidade de vida, a média de todos os componentes apresentaram-se superiores a 50, em uma escala de zero a 100. Também foi observada relação estatisticamente significante entre o componente Capacidade Funcional e a prática de atividade física regular (p=0,003). Tais resultados indicam que a DAP mostrou-se silenciosa e assintomática e a hipertensão arterial continua com elevada prevalência, o que representa um elevado risco à saúde, especialmente entre os idosos. Por conta desses resultados, é necessário que os serviços de saúde permaneçam atentos quanto a ocorrência dessas patologias e a busca por respostas efetivas para seu controle.