O Brasil tem apresentado modificações no seu perfil epidemiológico durante os últimas décadas, prevalecendo doenças crônicas, principalmente a Hipertensão Arterial. Esta doença vem apresentando o dobro do percentual em crianças e adolescentes nos últimos anos, e acredita-se que esse valor esteja associado ao perfil nutricional e histórico familiar. Objetivos: Avaliar a pressão arterial sistêmica em crianças de 3-10 anos na Atenção Básica, Teresina – PI. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido nas Unidades Básicas de Saúde com apoio do Núcleo de Apoio de Saúde à Família, com 99 crianças, na faixa etária de 3 a 10 anos. Foi aplicado formulário que contemplou aspectos sociodemográficos e econômicas; para avaliação da alimentação foi utilizado um questionário com base no Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, e uma ficha que foi preenchido com os dados antropométricos e Pressão Arterial da criança. Para análise dos dados, utilizou-se o software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 20.0. Resultados: A maioria nasceram em Teresina/PI, do sexo feminino, frequentavam a escola da rede pública de ensino; com idades em média de 5,75 (dp ± 2,10). Dos responsáveis pelas a maioria possuíam o ensino médio, exerciam alguma profissão, com renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos com mais de uma fonte de renda. Quanto ao histórico familiar 74,7% das crianças possuem algum parente hipertenso. Em relação a frequência com a qual as crianças vão aos serviços de saúde, 67,7% vão 1 vez a cada 6 meses, 91,9% não possuíam doenças de qualquer tipo. Quanto ao conhecimento sobre a temática, 66,7% dos responsáveis relatou que já conheciam, porém apenas 12,1% afirmaram que a abordagem do assunto sobre hipertensão arterial em crianças foi realizada por algum profissional de saúde. Quanto as questões perinatais, 9,1% nasceram prematuros. 53,1% das crianças tiveram aleitamento materno exclusivo. Em relação aos alimentos consumido predominou bebidas adoçadas com 81,8%, petiscos de pacote ou biscoitos salgados com 57,6%e biscoito recheado, doces ou guloseimas com 49,5%. O IMC na maioria, 78,7% foi eutrófico, já a taxa de sedentarismo foi alta com 62,6%. Não houveram associação estatisticamente significantes, porém a prevalência de PA elevada foi alta com 53,5%. Conclusão: Na Unidade Básica de Saúde a consulta é realizada por uma equipe formada para atender de forma holística seus pacientes, porém percebemos ao decorrer do trabalho realizado que alguns pontos são deixados de lado ou não é dada a devida importância como a pressão arterial das crianças, aqui observado uma alta prevalência de níveis pressóricos elevados. À despeito das limitações e dificuldades, observa-se a necessidade de alerta e capacitação dos profissionais da atenção primária para a implementação de um serviço amplo com potencial de identificar crianças propensas a condição clínica aqui abordada, e também direcionar planejamentos e intervenções dirigidas à família.