A manutenção de colônias de insetos hematófagos requer o uso de animais como fonte alimentar sanguínea, o que constitui um problema para a maioria dos laboratórios de pesquisa com este fim. Desse modo, o aprimoramento de técnicas alternativas para a alimentação artificial é fundamental para atender esta demanda e assim manter colônias de insetos em laboratório. Neste trabalho, a eficiência da técnica de alimentação artificial para a manutenção de uma colônia de Lutzomyia longipalpis foi avaliada. A pesquisa foi conduzida a partir de uma colônia estabelecida no Laboratório de Leishmanioses vinculado ao Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela e Universidade Federal do Piauí. Para este fim, um alimentador artificial de vidro (SPELLGLASS) foi acoplado a um banho-maria com fluxo constante de sangue e água a 36ºC para simular as condições de repasto sanguíneo. As variáveis: membrana, tipo de sangue e anticoagulante foram testadas e os resultados comparados com a técnica padrão, que consiste no uso de animais como fonte alimentar sanguínea. As membranas empregadas foram: pele de pinto (Gallus gallus domesticus), cápsula de Glisson, intestino bovino, intestino suíno, intestino suíno preparado industrialmente, Parafilm®, látex, plástico filme e luva de vinil. Como fonte alimentar sanguínea foi empregado sangue humano e bovino, desfibrinado ou previamente preparados com anticoagulantes como ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA) e heparina. Em todos os experimentos, fêmeas de L. longipalpis permaneceram expostas ao dispositivo de alimentação por uma hora. Considerando as variáveis elencadas, os parâmetros avaliados para estimar o sucesso do experimento foram: o número de fêmeas alimentadas, número de ovos postos e número de larvas eclodidas. Entre todas as membranas testadas, a pele de pinto e intestino bovino resultaram em fêmeas alimentadas. Ao avaliar a atratividade dos insetos à fonte alimentar bem como o desenvolvimento de formas imaturas de L. longipalpis após o repasto sanguíneo, observou-se que a membrana de alimentação pele de pinto, aliada ao sangue humano, revelou resultados significativos. O uso de diferentes anticoagulantes não influenciou na progressão do ciclo biológico do inseto nos experimentos. A análise dos resultados obtidos permite-nos inferir que as técnicas da alimentação artificial avaliadas, embora bastante promissoras, ainda não substituem o uso de animais vivos em condições laboratoriais para alimentação de L. longipalpis.