Introdução: As doenças cardiovasculares são as alterações patológicas que afetam o sistema
circulatório, podendo se manifestar de diferentes maneiras. A determinação de fatores de risco
para doenças cardiovasculares tem início na infância e são influenciadas pelo estilo de vida e
os hábitos pessoais. Entre os fatores de risco cardiovasculares identificados em crianças
brasileiras, o excesso de peso é descrito com maior freqüência, porém outros fatores também
são bastante encontrados, como: excesso de gordura corporal, pressão arterial elevada,
dislipidemia, síndrome metabólica e inatividade física. Objetivos: Analisar na literatura
científica a prevalência dos principais fatores de risco cardiovascular em crianças e
caracterizar os artigos de acordo com seu ano de publicação, país, tamanho amostral, sexo e
idade das crianças avaliadas, identificar os principais fatores de risco cardiovascular
encontrados na literatura e analisar os métodos/técnicas de aferição dos fatores de risco
identificados nos artigos. Metodologia: O estudo realizado trata-se de uma revisão integrativa
da literatura, teve como alvo a localização de trabalhos que abordaram crianças com idade
entre 03 a 12 anos e avaliaram a prevalência de fatores de risco cardiovascular. Os trabalhos
foram pesquisados entre os meses de agosto a dezembro de 2020, nas bases de dados
eletrônicos PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde. O levantamento bibliográfico encontrou
inicialmente 2.595 artigos compreendendo os anos de 2000 a 2020. Após aplicação dos
critérios de elegibilidade e leitura criteriosa, 36 artigos compuseram essa revisão. Resultados:
Os resultados encontrados da pesquisa bibliográfica abrangeram estudos de quase todos os
continentes. Encontrou-se uma alta prevalência de excesso de peso entre as crianças e uma
relação significativa entre excesso de peso e a dislipidemia, aumento da pressão arterial,
hiperinsulinemia e síndrome metabólica. Na maioria dos estudos verificou-se uma maior
prevalência de excesso de peso entre os meninos (8,6% a 30,6%), em relação às meninas
(3,8% a 23,5%), prevalência de pressão arterial elevada chegando a 40,7% em crianças com
excesso de peso. Conclusão: É importante que ocorra uma maior padronização de medidas
que vislumbrem a correta classificação e identificação dos fatores de risco em crianças. A
prevalência dos fatores de risco mostrou-se presente, realçando a necessidade do
planejamento de ações para a diminuição do surgimento desses agravos no público infantil.
Medidas de prevenção devem ser realizadas como auxilio as políticas públicas de prevenção à
saúde. Como contribuição para demais trabalhos a serem desenvolvidos abordando métodos
de investigação dos fatores de risco, outros parâmetros devem ser incluídos, visualizando a
maior sensibilidade na identificação das alterações, como a medida da circunferência do
pescoço em crianças.