Inovações a partir da exploração de corantes naturais aumentaram consideravelmente devido a malefícios à saúde humana e animal, ocasionados com uso de colorantes sintéticos. No campo da histologia as pesquisas são voltadas principalmente para a descoberta de um corante natural substituto da eosina. Plantas ácidas como cajá (Spondias Mombin l.) e pequi (Caryocar Brasiliense Camb.) que apresentam composição rica em carotenoides e são usadas como corantes na cultura popular, podem apresentar potencial coloração em tecidos biológicos, além de que suas cascas geralmente são descartadas e poucos utilizadas na indústria. Nessa perspectiva o objetivo deste estudo é obter os corantes extraídos das cascas do Pequi e Cajá, e verificar a biocompatibilidade dos colorantes em tecidos animais. Foi realizado um estudo experimental em que 5 kg da casca do pequi e 5 kg do cajá, foram desidratados, em seguida, as cascas foram trituradas, após uma semana o material foi colocado em um Rotaevaporador onde as misturas do pó do cajá e pequi foram separadas do etanol, com testes elaborados a melhor concentração para extrato do pequi foi definida em 25% e do cajá em 20%. Foram selecionados tecidos do coração, pulmão, fígado e rim provenientes de outra pesquisa previamente aprovada (506/18 CEUA- UFPI). Os materiais foram corados em consonância com seu respectivo grupo, Grupo 1: controle positivo, coloração com Hematoxilina e eosina; Grupo 2: coloração dos tecidos com o extrato do cajá unicamente; Grupo 3: coloração dos tecidos com o extrato do pequi unicamente. Os grupos 2 e 3 tiveram três subgrupos com bases em testes de concentrações: o extrato com etanol absoluto, extrato com etanol 70%, e etanol 70% e adição de ácido acético e alúmen de potássio. A análise histológica ocorreu por meio da avaliação do corte sob microscopia de luz e os resultados registrados por uma análise qualitativa dos tecidos, foi realizado também uma análise quantitativa do material. As estruturas foram escolhidas e classificadas em boa, quando permitiu apreciação suficiente de uma estrutura e ruim quando houve dificuldade na apreciação. Após a obtenção dos resultados quantitativos, foi aplicado o teste de análise de variância (ANOVA) com pós-teste (teste t), foi considerado o nível de significância de 95%. Os resultados mostraram o extrato das cascas do cajá e pequi, nas concentrações de 20% e 25% respectivamente em concentrações hidroalcoólicas de 70% foram capazes de gerar coloração e permitir a visualização da arquitetura dos tecidos, com o tom amarelado, principalmente do cajá, corando o citoplasma dos tecidos. O ácido acético e o alúmen de potássio não mostraram melhora na coloração. Diferentes concentrações devem ser testadas, a inclusão dos extratos com a hematoxilina também deve ser testada para verificação da usabilidade opção dos extratos pela eosina.