INTRODUÇÃO: Leishmaniose visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada endêmica no Brasil causada por protozoários do gênero Leishmania. Os sinais e sintomas incluem esplenomegalia, hepatomegalia, febre e perda de peso. Os mapas de evidências são ferramentas para identificação, organização e caracterização do conhecimento disponível em uma área específica. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é desenvolver um mapa de evidências de LV. METODOLOGIA: Foi realizada uma ampla busca de revisões sistemáticas, utilizando PubMed e BVS. Após a seleção, cada revisão sistemática incluída foi avaliada, caracterizada e categorizada pelo tipo de intervenção e por desfechos, de acordo com a metodologia oferecida pela BIREME/OPAS/OMS. Foi realizada avaliação da qualidade metodológica por meio da ferramenta AMSTAR2, para determinar o nível de confiança e, portanto, as evidências foram classificadas como alta, moderada, baixa e criticamente baixa. RESULTADOS: Duzentas e dezoito revisões sistemáticas foram analisadas e 33 revisões sistemáticas foram incluídas. A aplicação de inseticidas, o uso de mosquiteiros e coleira com inseticida e o abate de cães foram avaliados, mas a coleira destaca-se como uma potencial medida de prevenção. O diagnóstico molecular e o sorodiagnóstico, principalmente o teste de aglutinação direta e o teste rápido imunocromatográfico rK39, tiveram ótimo desempenho. Antimoniais pentavalentes e anfotericina B em diferentes formulações foram as terapias mais encontradas para o sucesso do tratamento, mas eventos adversos graves ocorrem com o seu uso. CONCLUSÃO: Entre as lacunas observadas, incluem-se controle biológico de vetores, desenvolvimento de vacinas para cães e humanos, os efeitos do uso de suplementos nutricionais no tratamento, opções de diagnóstico e tratamento para outros grupos de pacientes imunossuprimidos e análises de custo-efetividade, destacando-se ainda a necessidade de realização de estudos com qualidade metodológica alta.