A utilização de vitaminas, com destaque a vitamina E, tem sido alvo de estudo para investigação do seu potencial antitumoral em decorrência da capacidade de alterar vias gênicas desreguladas na carcinogênese e sua capacidade antioxidante. Assim, esta revisão sistemática teve como objetivo avaliar atividade antitumoral e quimiopreventiva de diferentes isoformas, naturais e sintéticas, de vitamina E (tocoferóis e tocotrienóis) utilizando modelos in vitro e in vivo. A revisão sistemática foi registrada no PROSPERO (n° CRD4202126207) e a busca foi realizada em quatro bases de dados eletrônicas (PubMed, Science Direct, Scopus e Web of Science) em junho de 2020 por três avaliadores de forma independente. A equação de busca utilizada foi: “Supplementation” AND (“Vitamin E” OR Tocopherol OR Tocotrienol) AND "breast cancer" AND (chemotherapy OR therapy OR prevention). Foram incluídos estudos desenvolvidos com modelo in vitro e modelo animal de câncer de mama com a suplementação dos vitâmeros tocoferol ou tocotrienol isolados ou combinados. Os resultados mostraram um total de 8.546 estudos relevantes que foram inicialmente identificados em nossa pesquisa. Ao final, um total de 12 estudos foram elegíveis para esta revisão sistemática. Todos os estudos incluíram avaliações em modelo animal, e destes, 5 realizaram experimentos em linhagem de células tumorais. Os estudos incluíram a suplementação com tocoferóis, misturas (tocoferóis e tocotrienóis) e formas sintéticas da vitamina E. Houve associação com estradiol, células dendríticas e pterostilbeno. Observou-se a capacidade da vitamina E em retardar o crescimento tumoral, diminuição do tamanho tumoral, redução da viabilidade celular, regulação positiva de genes pró-apoptóticos e supressores tumorais, redução da expressão de genes anti-apoptóticos e de proliferação celular, além do aumento e melhora da resposta imune. Os efeitos sobre marcadores de estresse oxidativo e atividade antioxidante foram distintos entre os estudos. Apenas um estudo com vitamina E sintética relatou cardiotoxicidade, porém não apresentou genotoxicidade para a vitamina E. Em conclusão, o estudo mostrou que as isoformas da vitamina E, isoladas ou associadas, apresentaram atividade antitumoral e quimiopreventiva. Contudo, devido a heterogeneidade dos estudos, há necessidade de novas pesquisas para se estabelecer a dose-resposta efetiva, a forma, o tempo de suplementação e estádio do câncer de mama para ser indicada.