Introdução: A prática prévia de atividade física (AF) na infância e adolescência está associada à redução de doenças crônico-degenerativas, como hipertensão, diabetes e obesidade na idade adulta, além disso, a prática regular de AF pode ter um efeito benéfico no sistema imunológico, aumentando células natural killer, as quais podem destruir células infectadas por vírus. Porém, não se sabe se a prática prévia de AF está associada ao aumento da produção de anticorpos entre a primeira e a segunda dose (12 semanas) da vacina contra a Covid–19. Objetivo: Avaliar a influência da prática prévia de atividade física durante a infância e adolescência e prática atual na produção de anticorpos entre a primeira e segunda dose da vacina contra a Covid-19 em adultos. Métodos: Participaram deste estudo 59 homens e 56 mulheres, os quais foram avaliados Pré a Pós 12 semanas da vacinação contra a Covid-19. Coletas de sangue foram realizadas para quantificação do número de anticorpos do SARS-COV-2 IgG. A prática prévia e atual de atividade física (AF) foi auto relatada. A massa corporal e estatura foram avaliadas e o índice de massa corporal (IMC) foi calculado. Para verificar a associação entre as variáveis foi realizada a regressão linear simples, com ajuste pela quantidade de anticorpos no momento Pré-vacinação e a comparação dos grupos de acordo com a prática de AF foi realizada por meio do teste de Mann-Whitney, com nível de significância estabelecido em p<0,05. Resultados: Houve um aumento estatisticamente significante no número de anticorpos entre a primeira e a segunda dose da vacina, tanto no sexo masculino (Pré= 199,6 ± 355,9; Pós= 5.065 ± 7.296,7 AU/ml; p<0,001), como no feminino (Pré= 105,4 ± 283,6; Pós= 1.937,7 ± 3.156,4 AU/ml; p<0,001). Pode-se observar associação positiva e significante entre a prática de AF na adolescência e o aumento no número de anticorpos na idade adulta (B= 2012,077, IC-95%= 257,7953; 3766,358, p= 0,025), porém, não houve influencia da prática de AF na infância e da prática atual de AF. Os indivíduos que realizavam AF na adolescência apresentaram maior produção de anticorpos entre a primeira e a segunda dose da vacina da Covid-19 em relação aos sujeitos que não praticavam AF (p= 0,043). Não houve diferença significante em relação a praticar ou não AF na infância e em relação a prática de AF atual. Conclusões: A prática de atividade física na adolescência determina maior produção de anticorpos entre a primeira e a segunda dose (12 semanas) da vacina contra a Covid–19 em adultos, porém, não houve influência da prática de atividade física na infância e prática atual.