INTRODUÇÃO: Programas que envolvem exercícios físicos têm sido amplamente utilizados para redução de peso e massa de gordura (MG), uma vez que propiciam aumento do gasto energético, facilitando o déficit calórico diário. O treinamento resistido (TR) é um dos modelos mais benéficos para ganhos de massa livre de gordura (MLG), entretanto, não está claro se um programa de TR em curto prazo, pode influenciar a ingestão alimentar e apetite, bem como, se essas adaptações são diferentes em mulheres obesas e eutróficas. OBJETIVO: Investigar os efeitos do treinamento resistido de curta duração sobre o apetite, ingestão energética e composição corporal em mulheres jovens obesas e eutróficas e verificar a relação entre essas variáveis. MÉTODOS: Este estudo clínico randomizado, foi conduzido com35 mulheres jovens, com idade entre 18 e 40 anos, as quais foram categorizadas em obesas (Percentil 90 de massa gorda= ≥21 kg de gordura corporal, n=19) e eutróficas (<21 kg de massa gorda, n=16). Foi realizada a mensuração da massa corporal e estatura, bem como para análise da composição corporal foi utilizada Impedância bioelétrica tetrapolar. A avaliação da fome autorreferida, saciedade, desejo de comer alimentos doces ou salgados, foi realizada de maneira subjetiva, através de Escala Visual Analógica (EVA) pré e pós TR, em jejum e pós prandial. A avaliação da ingestão alimentar foi realizada através do registro alimentar, sendo considerado dois dias da semana e um do final de semana, no momento pré e pós-intervenção. O programa de treinamento teve duração total de seis semanas, sendo duas semanas de familiarização, com frequência de três dias na semana, e duração da sessão de aproximadamente 60 minutos/dia. RESULTADOS: A fome autorreferida aumentou em ambos os grupos após a intervenção (p=0.007), enquanto a saciedade em jejum diminuiu (p=0.030), entretanto, não houveram efeitos significativos para a ingestão de macronutrientes (p>0.05). Não houve correlação significativa entre as alterações no apetite e ingestão alimentar com as alterações na MG e MLG em ambos os grupos investigados. CONCLUSÃO: Após 6 semanas de TR, a fome autorreferida aumentou em mulheres obesas e eutróficas, enquanto a saciedade em jejum diminuiu. Entretanto, não houve diferença na ingestão alimentar total e de macronutrientes entre os grupos, sugerindo um aumento do impulso orexígeno. Além disso, ambos os grupos apresentaram aumento na MGL, mas não houve correlação entre apetite, ingestão alimentar e aumento da MGL.