PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES COM CÂNCER DE COLO DO ÚTERO EM UMA CIDADE DO NORDESTE
neoplasia do colo do utero; perfil socioepidemiologico; saude da mulher
No Brasil, o câncer de colo do útero é a terceira neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, superado apenas pelos cânceres de mama e de pele não melanoma, e representa 10% de todos os tumores malignos em mulheres. Em uma análise regional pode ser observada a incidência crescente do câncer de colo do útero, principalmente em regiões menos desenvolvidas. Este estudo teve como objetivo descrever o perfil sociodemográfico e clínico das mulheres com câncer de colo do útero na cidade de Teresina-PI, com base em registros pertencentes a uma instituição filantrópica de referência em oncologia de Teresina, no período de 2008 a 2012. Trata-se de um estudo descritivo com base em dados secundários onde foram consultados 699 prontuários eletrônicos de mulheres residentes em Teresina. A coleta de dados aconteceu em agosto de 2013, através do uso de um formulário contendo o perfil sociodemográfico e clínico das mulheres com câncer de colo do útero, estágio da doença ao final do tratamento e situação de encerramento dos casos diagnosticados. Houve predominância de casos na faixa etária de50 a 59 anos (21,5%), raça/cor não branca (82,1%), casadas (54,5%), ensino fundamental incompleto (38,8%), ocupação do lar (43,8%), multiparidade (25,9%), com encaminhamento do Sistema Único de Saúde (93,1%). O tipo histológico, carcinoma de células epidermoides, esteve presente em 49,8% dos casos, seguidos do adenoma (28,5%). O estadiamento inicial II ocorreu em 31% dos casos acompanhado do III (27,5%). Dos tratamentos realizados a quimioterapia e a radioterapia estiveram presentes em 37,5% dos casos, seguidos de cirurgia, radioterapia e quimioterapia (16,6%). A situação de encerramento para remissão parcial (30,9%), doença em progressão (38,8%) e óbitos (14,4%) dos casos diagnosticados. Tais dados fornecem subsídios e apontam para a necessidade de aplicar medidas essenciais para melhor aplicabilidade de políticas de saúde direcionadas para os níveis de atenção à saúde da mulher. A inserção de educação em saúde especificamente moldada na facilitação da transmissão dos conhecimentos em saúde da mulher são de grande importância para as mudanças no perfil de morbidade e mortalidade da doença nessa clientela.