Introdução: Alopecia areata (AA) é um distúrbio comum de perda de cabelo que frequentemente segue um curso crônico e aparentemente está associada a um impacto significativo na qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a Qualidade de Vida através do Dermatology Life Quality Index (DLQI) em pacientes com diagnóstico de alopecia areata. Além de caracterizar os pacientes de acordo com os dados sociodemográficos e clínicos; avaliar como os aspectos emocionais, físicos e sociais associados à alopecia areata impactam na qualidade de vida dos participantes da pesquisa. Método: Trata-se de um estudo transversal, descritivo de abordagem quantitativa realizado com 20 pacientes no ambulatório de doenças do cabelo da clínica INTHERVIR, em Teresina Piauí. Para inclusão nesta pesquisa, foram elencados como critérios: maiores de 18 anos de idade, de ambos os sexos, com diagnóstico clínico de alopecia areata. Foram excluídos pacientes que receberam o diagnóstico de mais de um tipo de alopecia ao exame clínico (ex: alopecia androgenética), e pacientes com capacidade de compreensão alterada. A coleta de dados foi padronizada através de um formulário semiestruturado, no qual a primeira parte foi destinada a caracterizar as variáveis sociodemográficas e clínicas dos pacientes. A segunda parte foi composta ela aplicação do Inventário de Qualidade de Vida em Dermatologia (DLQI). A análise de dados foi realizada através da linguagem de programação R (versão 4.2.0). A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário UNINOVAFAPI, sendo aprovado com o número de parecer: 5.497.139. Resultados: Participaram deste estudo 20 pacientes, 16 eram mulheres e 4 homens, com idade média 37,4 anos (19 a 63 anos), 11 casados e 15 possuíam ensino superior completo. Em relação ao fototipo, 8 eram do fototipo IV, 6 tiveram o início da doença no ano de 2022 e 8 com um mês da última recidiva. No que concerne às variáveis clínicas, 10 pacientes apresentavam múltiplas placas, 9 com placa única e 1 com placa total. Quanto à extensão, 11 tinham nível moderado e 11 não possuíam envolvimento nos demais pelos corporais. As principais comorbidades apresentadas foram a dermatite atópica (40%), rinite (65%) além da ansiedade (85%) e depressão (50%). Os escores totais do DLQI foram significativamente associados a depressão (p = 0,029ˣ), e o gênero feminino apresentou escore maior no total do DLQI na forma mais grave (31,3%). Ao relacionar as variáveis clínicas e os domínios do DLQI, foram observadas relações significativas entre os domínios sintomas e sentimento (p = 0,026ˣ), atividades diárias (p = 0,045ᵘ), relações pessoais (p = 0,020ˣ) associados a depressão. Além disso, o início da doença foi significativamente relacionado ao tratamento (0,028*) e ao score total do DLQI (0,039*). Conclusão: Observou-se que em pacientes com AA, a doença tem um impacto psicológico relacionado aos domínios do DLQI, o que pode causar uma perturbação acentuada nas relações pessoais. Assim, é importante notar que, além dos tratamentos médicos, os pacientes com as diferentes formas da doença precisam de aconselhamento para redução dos efeitos nocivos da doença em seu bem-estar psicossocial.
Palavras-chave: Alopecia areata; Qualidade de vida; DLQI