INTRODUÇÃO: A qualidade do sono prejudicada pode resultar em alterações hormonais, como a resistência à insulina e o acúmulo excessivo do tecido adiposo. Por outro lado, o treinamento resistido (TR) pode ser uma estratégia não farmacológica capaz de promover condições hormonais para uma melhor qualidade do sono, prevenindo alterações que levem à inflamação sistêmica crônica, minimizando o risco de obesidade. Porém, ainda não está claro se o TR pode influenciar a qualidade do sono de forma diferente em mulheres obesas e eutróficas. OBJETIVO: Investigar os efeitos do treinamento resistido a curto prazo na quantidade e qualidade do sono de mulheres jovens, de acordo com a gordura corporal. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo consistiu em um ensaio clínico randomizado, em que foram avaliadas 35 mulheres com faixa etária entre 18 e 40 anos, randomizadas conforme a quantidade de gordura corporal (Percentil 90 da massa gorda), especificamente um limite de ≥21 kg de massa gorda [grupo de obesas (n=16) e grupo eutróficas (<21 kg de massa gorda, n=19)]. Foi realizada a mensuração da massa corporal e estatura, bem como para análise da composição corporal foi utilizada Impedância bioelétrica tetrapolar. A avaliação da qualidade subjetiva do sono foi realizada por meio do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), o controle do ciclo menstrual foi realizado por meio do aplicativo Clue®, pré e pós treinamento resistido. A intervenção teve duração total de seis semanas, com frequência de três dias não consecutivos, e duração da sessão de aproximadamente 60 minutos. RESULTADOS: Pode-se observar uma redução pós-intervenção para o score geral de sono (p= 0,006; η2= 0,21), melhora na qualidade subjetiva do sono (p< 0,001; η2= 0,357) e distúrbios do sono ( p= 0,034; η2= 0,129), mas não houve interação entre grupo x treino (p>0,05). Para as variáveis latência do sono, duração do sono, eficiência habitual do sono, uso de medicamentos para dormir e disfunção diurna do sono não houve diferenças pós-intervenção para ambos os grupos (p>0,05). Não houve correlações entre a qualidade do sono e composição corporal em ambos os grupos investigados (p > 0,05). CONCLUSÃO: Pode-se concluir que o treinamento resistido em curto prazo (seis semanas) foi capaz de promover melhora na qualidade subjetiva do sono e distúrbios do sono em mulheres jovens, independente da quantidade de gordura corporal. Além disso, não houve relação entre as alterações observadas nos parâmetros de sono com a mudanças na composição corporal após a intervenção.