Gerenciamento do cuidado e simulação clínica: desenvolvendo a competência comunicação em enfermagem.
Enfermagem. Gerenciamento do Cuidado. Competência. Comunicação. Instrumento de medida. Simulação.
A ampliação de conhecimento sobre o processo de comunicação na perspectiva profissional em enfermagem é elemento essencial para diminuição de vieses relacionados ao gerenciamento do cuidado de enfermagem. O objetivo do presente estudo foi avaliar a competência comunicação profissional entre estudantes de enfermagem e os seus respectivos conhecimentos, habilidades e atitudes, visando ao gerenciamento do cuidado em enfermagem no contexto de simulação clínica avançada. Fundamentou-se em 33 teorias de comunicação analisadas por Littlejohn (1982, 2011), que foram organizadas em fichas conceituais que deram suporte à estruturação da competência na perspectiva de Le Boterf (2003). Trata-se de um estudo do tipo metodológico seguido de estudo descritivo comparativo tendo em vista a construção do Instrumento de mensuração da competência profissional comunicação e aplicação piloto em três momentos: pré-teste, intrateste e pós-teste. Para a construção do instrumento de medida da competência profissional comunicação, foram considerados os fundamentos teóricos metodológicos propostos por Pasquali (2010). Incialmente foi elaborado um construto com 127 itens: (45) conhecimento, (45) habilidade e (37) atitude. A seguir foi realizada validação de conteúdo por cinco juízes experts na área. A combinação dos itens operacionais resultou no instrumento constituído por 46 itens, dos quais (18) conhecimento, (12) habilidade e (16) atitude, com resposta do tipo Likert de 5 pontos, variando entre 1 (nada) a 5 (extremamente). A validação de conteúdo do instrumento evidenciou confiabilidade acima de 80% nos itens, e IVC do instrumento igual a 0,99. A aplicação piloto do instrumento foi constituída por 24 estudantes de enfermagem, dos quais 21(87,5%) eram do sexo feminino e tinham média de 22,9(±1,3) anos de idade. Todos os estudantes já haviam participado de um cenário de simulação clínica avançada, e, para 19(79,2%) o intervalo entre a atual e a última experiência foi um mês. Os resultados mostraram que dos cinco grupos de estudantes, quatro apresentaram melhores médias do escore global entre o pré-teste e o pós-teste. A análise das frequências relativas ao escore global do instrumento apresentaram crescimento contínuo entre o pré-teste (71,2%), intra-teste (71,6%) e pós-teste (73,5%). A média do escore global no pós-teste condiz com uma autoavaliação bastante competente em comunicação em enfermagem pelos estudantes. A regressão linear mostrou que os componentes conhecimentos (p=0,967) e habilidades (p=0,919) apresentaram correlações muito altas com o escore global do instrumento, enquanto atitudes (p=0,888) demonstrou uma correlação alta (p<0,0001). A aplicação piloto do instrumento de medida apontou para uma melhora da autoavaliação dos estudantes quanto aos conhecimentos, habilidades e atitudes, no pós-teste em relação ao pré-teste e intrateste. Estes resultados exemplificam os efeitos positivos proporcionados pelo pensamento reflexivo realizado pelos estudantes durante e após o debriefing da simulação clínica avançada