O câncer de mama se configura como um grave problema de saúde pública, tendo em vista a sua magnitude, índices de morbimortalidade e alterações psicoemocionais que repercutem negativamente na saúde da mulher que o vivencia. O tratamento se dá, principalmente, através de cirurgia (mastectomia), radioterapia e quimioterapia, mas passar por esse processo significa ajustar-se à nova condição de vida, permeada por sequelas de âmbito físico e psicossocial, o que merece uma atenção integral. A enfermagem tem papel fundamental na prestação de cuidados às mulheres portadoras do câncer mamário, por atuar nos serviços clínicos, curativos e, principalmente, um cuidado holístico, vislumbrando a subjetividade do ser mulher. O estudo objetivou compreender as narrativas de vida de mulheres portadoras do câncer de mama. Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa que utilizou o método narrativas de vida segundo Bertaux e a análise temática dos dados. A técnica empregada foi a entrevista em profundidade, realizada com onze mulheres portadoras do câncer mamário atendidas em um hospital filantrópico referência no atendimento em oncologia, no período de junho a julho de 2016, em Teresina, Piauí. O instrumento utilizado foi um formulário contendo dados sociodemográficos, reprodutivos e história familiar, além da questão norteadora do diálogo. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade federal do Piauí, sob o parecer 1.607.566 e cumpriu todas as recomendações da Resolução 466/2012. Foram identificadas quatro categorias temáticas: Da alteração mamária ao diagnóstico; Influências socioculturais no tratamento; Enfrentamento do câncer de mama; Perspectivas futuras após o adoecimento. As participantes tinham a faixa etária entre 33 a 68 anos, cinco eram casadas e sete eram procedentes do interior do estado do Piauí. Quanto a cor, quatro disseram ser pardas, três brancas e três pretas. No que concerne à religião, sete mulheres eram católicas, uma evangélica, uma umbandista e um referiu não ter religião. Em relação à idade da menarca, compreenderam entre 10 e 14 anos. Quanto à menopausa, sete mulheres já haviam passado pela última menstruação, destas, a faixa etária compreendeu entre 49 e 55 anos. Oito mulheres eram multíparas, e três nunca haviam parido.