As escalas de avaliação de risco têm sido utilizadas como instrumentos efetivos para prever o risco de lesão por pressão. Porém, estudos não indicam consenso sobre qual escala é mais eficaz em unidade de terapia intensiva. O trabalho teve como objetivo comparar a validade preditiva das escalas de Braden, Cubbin & Jackson e de Sunderland para desenvolvimento de lesões por pressão em pacientes críticos. Estudo longitudinal prospectivo, analítico, comparativo e metodológico, realizado em unidades de terapia intensiva de um hospital geral localizado no município de Teresina-PI, no período de agosto a novembro 2015. A amostra final foi composta por 35 pacientes críticos. Trata-se de um subproduto de macroprojeto com parecer consubstancial do Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital São Marcos. Os dados foram coletados com aplicação de formulário de caracterização e das escalas. Para a análise inferencial, foi utilizado o Teste Qui-Quadrado de Pearson. Quando não atendidos os pressupostos deste teste, as variáveis foram dicotomizadas para realização do Teste Exato de Fisher. Na análise das propriedades preditivas, foram construídas tabelas de contingência, utilizando-se os escores médios da primeira e da última avaliação diária dos pacientes. Para tanto, foram considerados cutoffs orientados pelos autores e referenciados na literatura, assim como cutoffs estatísticos. Os dados de predição das escalas foram utilizados para construção de curvas Receiver Operating Characteristic (ROC) e verificação da Area Under the Curve (AUC). Para a análise da consistência interna das escalas, utilizou-se o coeficiente alpha de Cronbach. Os pacientes apresentaram média de idade de 69,9 (±12,8) anos, sendo a maioria era do sexo feminino 22 (53,7%), de cor parda 16 (39,0%), residia na capital 22 (53,7%), eram casados ou mantinham união estável 26 (74,3%), com ensino fundamental completo ou maior 18 (51,4%), aposentados 23 (65,7%) e com renda familiar de até dois salários mínimos 20 (57,1%). Da totalidade de pacientes críticos, apenas 5 (14,30%) apresentavam história de lesão por pressão prévia. No intervalo de avaliação, foram 18 (51,4%) os pacientes que desenvolveram lesão por pressão. O tempo para aparecimento de lesão variou de dois a 28 dias, com média de 6,6 (±4,61), sendo que 19 (82,6%) feridas surgiram em até 10 dias. Localizaram-se principalmente na região sacral 15 (65,2%), seguido da região do calcâneo 3 (13%). Achados clínicos como: idade avançada, sexo masculino, cor parda, exposição à umidade e condições gerais da pele são relevantes para o desenvolvimento de LP e devem proporcionar reflexão na prática clínica, visando direcionar um cuidado baseado em resultado de pesquisa científica. A escala de Braden apresentou uma sensibilidade satisfatória em comparação com os outros instrumentos de medida, entretanto se esse dado for associado com outras propriedades observa-se que as escalas de Cubbin & Jackson e Sunderland apresentam um melhor comportamento quanto à validade preditiva; além do que a análise da curva ROC, demonstrou melhor valor global para escala de Cubbin & Jackson. A incidência de lesão por pressão foi de 51,43%. Os três instrumentos são úteis para prever o risco de desenvolvimento de LP, no entanto, a escala de Cubbin & Jackson mostrou-se com melhores propriedades preditivas globais. Embora muitos estudos relacionados às lesões por pressão tenham sido desenvolvidos nos últimos anos, estudos que abordem a perspectiva de prevenção são fundamentais com vistas a diminuir a incidência e prevalência do evento, já que se constitui no método mais eficiente de abordar essa problemática.