O uso da educação à distância evoluiu e é cada vez mais praticado por estudantes e instituições de ensino, sendo adotada inclusive na área da saúde. Entretanto, a profissionalização em enfermagem por meio dessa modalidade tem gerado dúvidas e é vista com estranheza pelos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e pelos próprios profissionais. Objetivou-se analisar os cursos técnicos de enfermagem oferecidos pela rede e-Tec Brasil/UFPI, na modalidade à distância, na perspectiva dos educandos. Estudo transversal analítico, realizado no período entre os meses de outubro de 2016 a janeiro de 2017, nos polos presenciais que oferecem os cursos técnicos em enfermagem à distância. A população foi composta pelos estudantes do curso técnico em enfermagem da rede e-TEC Brasil/UFPI em que a amostra foi censitária, constituindo-se por 158 estudantes. Utilizou-se um questionário validado para avaliar a qualidade da educação à distância, cujas variáveis correspondiam ao corpo docente, tutores e coordenação, organização didático-pedagógica, e instalações físicas. As respostas foram medidas em escala Likert de cinco pontos, cujos níveis variaram de discordo plenamente a concordo plenamente. Avaliações dos estudantes com valores inferiores a 80% foram classificadas como “menor nível” e as com medidas iguais ou superiores como de “maior nível”. Os dados foram processados no software SPSS® 21.0, onde foram calculadas estatísticas descritivas, inferenciais, além de regressão logística. As análises foram realizadas ao nível de significância de 5%. Respeitaram-se todos os preceitos éticos para a realização do estudo com parecer nº 1.665.320. Dos 158 estudantes houve predomínio daqueles com idade superior a 20 anos (55,1%), do sexo feminino (74,1%), solteiros (65,2%), sem filhos (70,9%), desempregados (63,9%), renda familiar acima de 937,00 reais (53,2%), que residiam a uma distância inferior a 18 quilômetros do polo, estudam até oito horas semanais (39,2%), com bom domínio de informática posterior ao curso (44,3%), que possuem computador residencial (70,9%) com acesso à internet (57%). Obtiveram-se avaliações globais de menor nível para tutores à distância (74,0%), condições de polo (58,3%), suporte técnico (64,7%), tecnologias de informação e comunicação (73,9%). Os polos os que apresentaram avaliações em menor nível foram os de Nossa Senhora de Nazaré (67,9%), Luis Correa (75,5%), Simplício Mendes (76,0%) e Brasileira (76,1%), e em maior nível os polos de São Raimundo Nonato (81,5%) e Alto Longá (83,4%).